22- O que eu preciso

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Ela acordou com o alarme, batendo no telefone para desligá-lo. Ela dormiu melhor do que esperava, mas seu telefone tocou no meio de um sonho e a tirou do REM.
Ela teve dificuldade para ligar a cafeteira, não conseguia manter os olhos abertos e piscou fortemente quando uma batida soou em sua porta.
Veio de novo, alguém batendo, e ela se arrastou até lá sem pensar muito.
Voight estava lá, com uma bolsa de ginástica pendurada no ombro, um sorriso naquele rosto estupidamente bonito e Lana fez uma careta para ele.
"Como o que?"
Ele estendeu uma xícara de café branca para ela, e ela a pegou, deixando-o entrar silenciosamente.
Sua camiseta mal chegava às coxas, o cabelo emaranhado, com o sono ainda escondido no canto dos olhos, e eles se arregalaram quando seu primeiro gole. de café ajudou a acordar seu cérebro.
Ela nem tinha escovado os dentes ainda.
Ele apoiou o quadril contra o balcão dela, cruzou os braços e a observou com um sorriso nos cantos da boca.
"Eu acordei você?"
"Não", ela respondeu, defensivamente, e percebeu que ele não acreditava nela.
"Achei que você estaria acordado, queria te encontrar antes de você sair. Achei que você poderia querer treinar antes do turno." 
"Normalmente?" ela resmungou: "Sim. Mas preciso de um minuto para acordar. Ainda nem tomei banho."
Seus olhos se estreitaram, um sorrisinho tenso brincando em seus lábios e ele se aproximou.
"Você não fez isso?"
Ele a beijou, antes mesmo que ela percebesse que ele estava se movendo, seu corpo encontrou o dela. Ele tinha gosto de café e ar frio e ela ficou surpresa com o som que a deixou.
Ele a acompanhou pelo seu próprio corredor, sem deixar as mãos, insistente e em movimento até que ele a pressionou contra a parede ao lado do chuveiro e estendeu a mão para abrir a água.
Aquece, espalhando vapor no ar e ele a empurra para o chuveiro. O choque da risada dela se transforma em respiração instável enquanto ele a segue. A água encharca sua camiseta em seu corpo enquanto ele a beija, a água moldando sua camiseta escura contra seu corpo.
Suas mãos deixam marcas no vapor da porta do box, enquanto a água se acumula e escorre pelo vidro.

Lana passou a toalha no cabelo, observando Voight virar os ovos que estavam terminando na frigideira. Ela deixou cair a toalha sobre a cadeira e se espreguiçou, sentindo isso em cada parte do seu corpo.
"Já chega de sparring", ela murmurou, pegando outra xícara de café, e Voight lançou-lhe um olhar, deixando cair o pano de prato por cima do ombro.
"Tenho certeza de que isso contou."
Seu sorriso fez suas bochechas esquentarem. A maneira como ele estava em sua pequena cozinha, preparando o café da manhã para eles enquanto começavam o dia juntos, deixou uma sensação de aperto no estômago.
"Vou me atrasar", o olhar dela desviou dele para o relógio do micro-ondas.
"Você tem tempo para comer", ele rebateu, colocando os ovos em um prato, "eu te dou uma carona."
Ela hesitou. Ela nem sabia exatamente por quê. Algo sobre chegarmos juntos fez com que suas mãos apertassem sua caneca de café.
"Certo", Hank leu o olhar dela e percebeu o que significava. Eles entrando juntos causariam conversa. O que eles estavam fazendo, ele estando com ela, era contra as regras. Ele estava disposto a quebrá-los, nunca se importou com sua reputação lá, mas era diferente para ela. Uma policial mais jovem, nova na delegacia, chegando com seu comandante. Havia dezenas de maneiras que poderiam dar errado para ela e ele estava irritado consigo mesmo por ter sugerido isso. Ele não precisava fazer nada para tornar isso difícil para ela.
Ele colocou o prato no balcão, enfiando um garfo nos ovos. "Coma", ele apontou o dedo para o café da manhã e pegou sua bolsa. Ele parou o tempo suficiente para dar um beijo em sua testa. "Vejo você na delegacia."
O olhar que ele lhe enviou era de compreensão, e Lana ficou aliviada por nem ter tentado explicar.
Fazer isso, ser assim com Voight, deixou-a com sentimentos que ela não entendia. Tão firme, como sair de um barco para uma doca sólida e imóvel. O chão sob seus pés estava estável pela primeira vez sabe-se lá quanto tempo, mas seu corpo não o alcançou. Ela continuou esperando que o chão se movesse e seus joelhos dobrassem. Ela se sentiu deslocada porque finalmente estava centrada em algo real e parte dela queria enterrar o rosto no peito dele e fechar os olhos até que tudo parasse de girar.
Ela estava feliz. E ela odiava a vozinha interior que dizia que ela não podia confiar nisso. Porque a única coisa que ela tinha certeza absoluta era que podia confiar em Voight.

imagines hank voightOnde histórias criam vida. Descubra agora