4- O que eu preciso

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O que ela estava  pensando ? Lana folheou outra pilha de papéis, tentando prestar atenção no que Antonio estava perguntando. Não faria bem a ninguém aparecer distraído.

Ela era a única determinada a passar por aqui sem formar apegos. Eles colocaram você em apuros. Principalmente com seu chefe.

Principalmente com o chefe com quem você estava dormindo.

Ela estava quebrando sua própria regra e não tinha certeza de quão mais patético isso era.

Antonio estava sentado no canto da mesa dela, repassando algumas finanças com Lana quando Erin e Jay voltaram. Eles tinham saído com Voight algumas horas antes e pelo que parecia as coisas não tinham corrido bem. Erin parecia zangada, daquele tipo profundo que ela reservava para quando alguém que ela amava estava fazendo algo estúpido. Jay evitou olhar para Antonio e pulou da mesa de Lana, preocupado.

"E aí?"

Lana ergueu os olhos de sua digitação, observando Erin suspirar antes de responder.

"Temos um na gaiola."

Antonio recuou um pouco: "Já? Acabamos de pegar esse caso, como ele tem um suspeito?"

Jay deixou cair a jaqueta na cadeira e sentou-se, encolhendo os ombros com as mãos. Todos sabiam como Voight operava, ou melhor,  não  sabiam de fato.

Antonio olhou para Lana. Ela estava aqui há algumas semanas e aprendeu rapidamente que Voight às vezes impõe regras. Mas ela não tinha estado lá, visto o que todos tinham visto depois da morte de Justin. Voight não confundiu esses limites. Ele os destruiu.

Lana era inteligente, fazia mais do que sua parte no trabalho, mas embora fosse legal o suficiente, não parecia muito interessada em conhecer todo mundo. Talvez isso fosse uma coisa boa.

Voight fez o trabalho, mas envolveu as pessoas nas coisas. Toda a equipe estava envolvida em um ou outro acobertamento neste momento. Sim, foi para ajudarmos uns aos outros, cuidarmos uns dos outros. Mas talvez fosse melhor para Lana ficar de fora de tudo isso.

Ele balançou a cabeça, as mãos caindo dos quadris com um suspiro. "Você continua informando esses números para mim, certo?" ele perguntou, olhando para Lana. Na verdade, era apenas a maneira dele de dizer a ela para ficar onde estava enquanto ele rastreava Voight e descobria o que estava acontecendo.

Voight encontrou Antonio descendo as escadas e ignorou o olhar flagrante em seus olhos. Antonio era um bom policial e, no final das contas, ele ficou com eles, mas nunca gostou muito do que Voight estava acontecendo.

Voight apenas acenou para que ele subisse as escadas. O resto da equipe esperava de maneira nada sutil e Voight enfrentou todos eles.

Ele estava farto de todo mundo olhando para ele como se ele fosse explodir. Como se ele fosse de alguma forma esquecer o que aconteceu com Justin se eles não o vigiassem. Se eles não mantivessem isso no fundo dos olhos, esse  conhecimento. O filho dele está morto, é melhor ter cuidado com o que digo.

"Temos um novo caso. Todo o resto fica em espera. Olinski recebeu uma ligação, um amigo de sua esposa está desaparecido. Agora não se passaram 48 horas, então não houve um relatório, mas aquele canalha que eu peguei lá  viu  um sequestro acontecer. Nós a encontramos e a trazemos para casa." Ele examinou a sala com um olhar que deixou claro que não ouviria nenhuma objeção.

Seu olhar pousou em Lana, observando-o com foco direto. A dela era a única expressão que não tinha algo por baixo. Sem cautela. Nenhum sinal daquela compaixão frenética contra a qual ele se engasgou na noite passada. Seu olhar estava esperando e vazio. Ele apontou para a porta: "Meu escritório, Milani."

imagines hank voightOnde histórias criam vida. Descubra agora