Um amigo

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Mal tive tempo de estacionar, assim que cheguei de carro na frente da casa da Ploy, ela foi logo entrando:

- Pra qual bar você quer ir? - Perguntei sem se quer olhar pra ela.

- Nenhum – Ela respondeu toda sorridente – Vamos para a festa de um amigo meu.

- E onde é isso? – A encarei.

- Não muito longe – Ela digitou um endereço no celular e deixou conectado no GPS – Só seguir a rota.

Seguimos por algumas ruas vazias sentido o centro da cidade  e depois de alguns cruzamentos tudo começou a ganhar vida, já havia estado naquele lugar, era um bairro de classe média, prédios mais simples, casas mais antigas.

Seguindo um pouco mais, vimos crianças no parque brincando, conferi as horas, ainda era 21:15 horas, então concluí que não estava tão tarde.

As crianças não pareciam se importar com o horário e o parque era aberto e iluminado, com certeza alguém estava monitorando elas.

Ploy me orientou o restante do caminho, pois o GPS acusava erro naquelas ruas, eu gostava de lugares assim, as pessoas não se achavam superiores as demais, elas batalhavam muito pra garantir uma vida boa para os filhos.

E mesmo eu tendo dinheiro, raramente esbanjava, pois entendia que a melhor opção sempre foi lutar para conseguir as minhas coisas.

Minha avó me criou muito bem e mesmo com os meus pais ausentes, ela não fazia nenhuma questão em me mimar, ela me dava o que achava ser justo e me ensinou a administrar as minhas contas pra quando eu fosse me virar sozinha neste mundo:

- Chegamos Faye – Ploy anunciou.

Dirigi um pouco mais, pois havia vários carros estacionados em frente a casa que iríamos, de fora percebi que era bem grande para o padrão dali, dois andares e um jardim maravilhoso.

Ploy pegou em minha mão e me levou até aonde a festa estava acontecendo, o som bastante auto e risadas se misturavam preenchendo os meus ouvidos.

A porta da frente encostada, ela apenas puxou-a e quando entramos eu fiquei pasmada, como cabia tantas pessoas em um único cômodo? Ploy foi caminhando tranquilamente entre elas comigo em seu encalço.

Passamos por mais um cômodo, a cozinha, antes de chegar aos jardins do fundo, da porta de acesso ela gritou o nome Kitti e saiu correndo pra abraçar um belo homem de cabelos pretos e rosto simpático. Assim que ele a viu, abriu os braços e a apertou em um abraço firme, erguendo-a do chão:

- Faye, esse é o dono da festa e da casa, meu amigo Kitti.

- Oi, tudo bem? – O cumprimentei.

- Então você é a famosa Faye? Ploy falou muito de ti – Eles se entreolharam como se compartilhassem algum segredo – Seja bem vinda, temos cerveja na geladeira e em breve sairá o melhor churrasco da região.

- Obrigada.

- Faye... Você já participou de festas assim?

- Algumas vezes – Respondi.

- Muito bom – Ele sorriu abertamente e olhou pra Ploy – Apresenta a casa pra ela e depois voltem, estarei aqui a noite toda.

Ela o beijou no rosto e segurou novamente a minha mão, pegamos cervejas na geladeira e fizemos um tour pela casa, ela conhecia muito bem aquele lugar e isso me fez questionar se os dois eram somente amigos.

Antes de voltarmos para o jardim eu lhe perguntei sobre os dois e ela me confirmou que estava conhecendo o Kitti faziam algumas semanas e que tudo entre eles estava indo bem.

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