Quanto custa uma vida?

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Charles sumiu por um bom tempo deixando o mais novo de vigia. O homem percebeu que eu tinha acordado depois de alguns minutos em que estávamos sozinhos.

Ele encheu um baldinho com água e umidificou um pano, ao chegar próximo de mim tentei me afastar, mas estando presa foi impossível fazê-lo, ele me pediu para ter calma e começou a limpar os cortes e as feridas em meu rosto e cabeça causadas pelo seu comparsa.

Fiquei analisando este enquanto ele continuava a me limpar.

Este homem ficou falando da minha beleza e também da minha coragem, já que até aquele momento eu não havia chorado, inclusive lamentou por tudo o que acontecia, já que o plano inicial era bem diferente.

Quando ele me perguntou se eu iria gritar caso ele tirasse a mordaça, eu fiz que não com a cabeça, ele sorriu e me informou que mesmo se eu gritasse ninguém ouviria.

Então destampou a minha boca e eu respirei profundamente pra logo em seguida gemer de dor.

Ele ergueu a minha camisa e disse que sentia muito por toda aquela tortura, falou que eu estava com algumas manchas no abdômen e quando pousou o pano úmido no local eu me encolhi um pouco.

O homem foi até uma torneira e encheu um copo com água, me dando de beber, depois tampou a minha boca e foi pra fora do cômodo.

...

Esperei pela Yoko em dentro do carro no estacionamento, assim que ela entrou e colocou o cinto eu dei a partida e saí da clínica, no caminho eu expliquei pra ela que precisava ver as minhas irmãs e que aproveitaria para lhe apresentar a minha mãe, ela pareceu-me nervosa e pediu que eu deixasse isso para outro dia, isso me fez rir e eu fiquei pensando no que responder a ela:

- Se eu pretendo me casar contigo, é melhor você já conhecer a minha família, não acha? – Não sei o porquê eu disse aquilo, mas quando saiu da minha boca essas palavras, notei que não eram palavras vazias.

Eu realmente desejava aquilo.

Passamos um dia gostoso com a minha família, ela foi bem vista pela minha mãe e isso me deixou tranquila.

Então me lembrei de uma parte da conversa dela com a minha mãe:

- E você Yoko... Posso confiar que você vai amar a minha filha , não só pelas qualidades que ela puxou a mim, mas também pelos defeitos que ela puxou do pai? – Como sempre ela dava um jeito de criticar o meu pai.

- Mãe – A reprimi, mas ela riu da minha atitude.

- Eu amo a sua filha – Yoko respondeu me fazendo encara-la com tanta ternura, o meu coração errou algumas batidas enquanto se enchia de felicidade – Posso dizer que a amei desde o primeiro dia que a vi, só que demorei pra entender o que eu sentia.

- Estou segura que sim – Minha mãe falou aprovando a minha escolha.

Levei-a para o meu apartamento e a deixei a vontade, fui até o meu quarto e após separar algumas roupas tomei um banho quente para relaxar os meus músculos.

Quando terminei, voltei pra sala e a vi pensativa, tinha quase certeza que ela estava pensando em seus avós, eu a abracei por trás cheirando o perfume de seus cabelos e sussurrei em seu ouvido algumas coisas que sentia vontade de fazer com ela, a Yoko ficou perturbada com isso e saiu apressada para o banheiro.

Quando nos deitamos, falamos sobre aquele dia e eu aproveitei para lhe fazer carícias por baixo do edredom, após isso ela começou a bocejar e os seus olhos alternavam entre ficarem abertos e fechados, eu me calei e a aconcheguei em meus braços:

- Você falou sério sobre me pedir em casamento? – Ela sussurrou.

- Eu não sou de brincar com certas coisas – Também abri a boca com sono – Não digo hoje ou amanhã, temos muito ainda a resolver de nossas vidas, mas eu realmente desejo passar a minha vida contigo, entende? – Respondi direta e ela sorriu.

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