Os raios de sol adentraram a janela pairando em meu rosto, me fazendo acordar, estava nua, abraçada a Yoko e com nossas pernas encaixadas perfeitamente, eu afastei alguns fios de sua testa e a beijei na face e no ombro.
Fiquei um tempo olhando-a dormir, então me levantei e tampei a janela para bloquear a claridade, fiz a minha higiene matinal e caminhei em silêncio até a cozinha.
Preparei um café da manhã reforçado e deixei sobre a mesa, olhei para os documentos que trouxeram na sexta e nem mexi, então fui para o sofá com eles nas mãos e comecei a estuda-los.
Passei umas duas horas analisando os papéis, só os largando quando senti os braços de Yoko no meu pescoço:
- Já trabalhando, doutora? – Ela sorriu.
- E você? Dormiu bem? – Eu me afastei para admirar a sua beleza, ela se debruçou no encosto do sofá e eu alisei os seus lábios com meus dedos, hipnotizada por sua doçura.
- Eu dormi muito bem – Ela alargou o sorriso e sussurrou em meu ouvido – As suas mãos são a minha perdição doutora, mas a sua boca...
- Yoko – A repreendi puxando-a pra cima de mim – Não me provoque, você sabe que eu adoro passar o dia inteiro na cama contigo.
- Hoje eu não reclamaria – Ela respondeu ousada.
- Hoje eu não posso, vou ter que ir ver as minhas irmãs – Lamentei – Porém posso te encontrar a noite quando eu chegar.
- Está marcado então – Ela me deu um selinho e saiu de cima de mim – Vamos tomar café?
...
Saí do condomínio com a cabeça cheia, minha mãe me intimou a informar a polícia sobre o carro, acabamos discutindo e ela ligou para um investigador que conhecia.
Alguns metros depois um carro surgiu de repente com o farol alto praticamente colado na traseira do meu veículo, me fazendo quase sair da pista, percebi que era o Ford quando ele alcançou a minha lateral.
Pressionei o acelerador deixando-o pra trás.
Não consegui despista-lo dessa vez, as ruas estavam vazias e eu me sentia extremamente cansada, se não fosse pela minha promessa, iria para o meu apartamento ao invés de encontrar-me com a Yoko, mas primeiro precisava me livrar deste embuste.
Sabia onde ficava uma delegacia 24 horas e dirigi até lá, ele continuava a sua perseguição, teve um instante que ele colidiu com a lateral traseira do meu carro, não sei se com isso pensou que eu perderia o controle, mas se pensou perdeu tempo, manobrei o volante pensando rápido.
Então uma viatura passou por nós, depois uma segunda e só quando estacionei em frente a delegacia o Ford saiu em disparada.
O círculo estava se fechando e eu não poderia me arriscar!
Um policial me perguntou se eu estava bem e o que havia acontecido, decidi falar tudo pra ele, este rapaz após me escutar me forneceu um copo com água, eu segurei a bebida com as mãos trêmulas enquanto aguardava o delegado de plantão.
Fiz uma queixa formal e o delegado me informou que abriria uma investigação, mas que se o carro persistisse em me seguir eu deveria ligar imediatamente para lá, tentariam pegar quem quer que estivesse naquele Ford em flagrante.
Eu agradeci e saí da delegacia apreensiva, olhei para todas as direções e não vi nada, ninguém, caminhei até o meu carro e vi que o safado quebrou a lanterna traseira quando encostou, praguejei com raiva de toda aquela situação.
Dei a volta e entrei no meu veículo, coloquei o cinto e fiquei me olhando pelo retrovisor, mentalmente fiquei pedindo calma, respirando fundo e num último lampejo de fúria bati no volante algumas vezes.
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A PESSOA CERTA
FanfictionFaye é uma mulher rica e bonita e uma profissional competente que sempre está se aprimorando, contudo mesmo sendo bem sucedida nesta área, ela carrega no coração um espaço cheio de medo e dúvidas, marcada pela lembrança de um amor que perdeu e que a...