Guarda costas

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Havia chegado sexta-feira e eu já estava me lamentando por mais um final de semana sem a minha namorada, pesava no peito a sensação de que ficaríamos distantes uma da outra.

Comecei o trabalho mais cedo para evitar os meus próprios pensamentos, fiz a ronda inicial com os dois grupos e passei as atividades do dia, Big não pode comparecer no serviço por causa de problemas pessoais e a Bam se afastou por alguns dias por questões de saúde, mas eu sabia que não era por isso.

Atendi alguns pacientes da emergência e também os que tinha marcado em minha agenda, Na hora do almoço chamei Wanwand para irmos a algum restaurante próximo e aproveitamos esse tempo para falar sobre a vida dela.

Wanwand e a enfermeira já estavam morando juntas e pretendiam se casar o mais breve possível, pelo menos houve uma boa notícia em meio a tanta desgraça.

Ao retornar para a clínica notei o Ford estacionado do outro lado da rua, tentei ver quem estava dentro do veículo, mas com o Insulfilm foi impossível, além disso, quem quer que estivesse ali percebeu e se retirou apressadamente.

A tarde se arrastou amargamente, decidi liberar a Noom e a Yoko mais cedo e fiquei trancada em minha sala fazendo alguns telefonemas.

Liguei para uma empresa de segurança e contratei dois homens, um para ficar comigo e outro para a Yoko, mas me certifiquei de que ela não saberia de nada, passei os nossos horários e os locais que mais frequentávamos, a moça que me atendeu prometeu sigilo garantindo que no dia seguinte já teria os seguranças a disposição.

Liguei pra Freen e contei sobre isso, ela ficou mais tranquila, contudo me deu uma bronca por eu não ter avisado a polícia, quando falei que vi o Ford na frente da clínica, ela novamente brigou, só que dessa vez aos berros, eu escutei-a calada até ela parar, agradeci a ela pela preocupação e desliguei.

Atendi um chamado da emergência e por volta das 18 horas resolvi ir pra casa. Mal tinha acabado de pisar no meu apartamento quando o meu celular tocou, era uma mensagem da Freen me pedindo para encontrá-la no estacionamento do shopping, eu me recusei a ir, mas ela insistiu escrevendo ser importante.

Joguei alguns documentos que eu trouxera comigo na mesa e dei comida a Sunny, então saí.

Não demorei pra chegar, contudo o local estava lotado devido ao final de semana, quase cinco minutos pra achar uma vaga e mais alguns minutos pra estacionar, não fazia sentido a Freen me chamar até lá, ainda mais sabendo o quanto eu sofria por estar sem a Yoko.

Antes de sair do carro mandei uma mensagem a ela informando onde eu estacionei e ela respondeu imediatamente me pedindo pra esperar ali, eu travei o carro e me escorei nele.

De repente ela apareceu e me segurou a mão:

- Vem comigo – Ela disse me puxando.

- O que está acontecendo? – Fiquei desconfiada.

- Só venha comigo e sem perguntas, está bem? – Ela falou séria – Não podemos demorar.

- Mas Freen... – Ela me interrompeu.

- Sem perguntas.

Andamos rápido até o outro lado do estacionamento e ela me pediu para abaixar e me esconder, eu fiz o que me foi solicitado, continuamos caminhando daquele jeito até que de longe eu vi a Yang discutindo com alguém, chegando mais perto eu senti um calafrio na espinha ao ver Yoko com ela e Marissa a alguns passos pra trás.

Passamos por mais uma fileira de carros, ainda agachadas e só assim eu comecei a ouvi-las:

- ... Tem razão – Disse Yoko – Não posso compará-la nem com uma prostituta, porque elas vendem o que são delas, já você... – Ela olhou Yang com desprezo – Quer o que nunca será seu, você não passa de uma golpista!

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