(Por Yoko)
Após a cremação, pedi pra Faye me levar até a praia com o intuito de jogar as cinzas da minha avó no mar, ela ligou para a dr Wanwand e pediu uma licença de cinco dias e assim que conseguiu, ela me levou até em casa, eu não queria entrar lá, as lembranças de todos os momentos que a minha avó e eu passamos naquele lugar assombravam a minha mente e me deixavam mais triste.
Faye me entendia completamente, mas ela disse que eu precisava de roupas pra viagem e ofereceu o apartamento para eu ficar o tempo necessário, ela era uma excelente companheira.
Ela me ajudou a fazer as malas e antes de sair dei uma passada no quarto da minha avó, o cheiro dela inundava o ambiente e eu pude sentir a sua presença.
Dor... Além da tristeza, eu sentia dor e a Faye vendo isso, segurou em minha mão, os seus olhos não demonstravam piedade, eu via neles preocupação e carinho, o que me confortou.
Passamos a noite abraçadas em sua cama, pouco conversamos, ela tocava em mim sem nenhuma intenção errada, às vezes eu queria que ela fizesse algo a mais, talvez uma forma de fugir de tudo aquilo que passava.
Então ela dizia que eu precisava viver o meu luto e que ficaria comigo até achar ou escutar de mim que eu ficaria bem.
Ela não tocou no assunto do meu avô e ele sumiu depois do funeral.
...
Chegamos no litoral no início da tarde, o sol queimava a nossa pele e não havia nenhum vestígio de vento, o cheiro da maresia e o barulho das ondas eram coisas que fascinavam a minha avó, por isso o mar seria a sua última morada.
Faye dirigiu até o hotel onde reservou um quarto e depois de fazermos o check-in fomos descansar, a noite ela pediu para a recepção providenciar um jantar simples.
Por volta das 23 horas, a Faye apagou e eu busquei um livro pra me distrair, ficava olhando para aquele rosto sereno e agradecendo a Deus por tê-la colocado em meu caminho, ela era a minha paz.
Acariciei o seu rosto e lhe beijei a face macia, como sempre cheirosa... Então a angústia bateu forte em meu peito, sabia que não estava sendo uma boa companhia pra ela, eu me afastei e fui para o banheiro somente pra poder chorar, não queria incomodar o seu sono, contudo ela despertou e me encontrou sentada no chão frio, com a cara inchada e molhada, a Faye se agachou diante de mim e limpou as minhas lágrimas.
Me abraçou e me levou pra cama, quando deitei, ela me cobriu com o edredom do hotel e se aninhou em mim, me protegendo.
...
Os primeiros raios de sol atravessaram as cortinas finas e bateram em meu rosto me fazendo despertar, suspirei pesadamente com os meus pensamentos ao olhar pra urna na pequena mesa no canto do quarto, então me virei e fiquei admirando novamente a minha linda namorada dormindo, nunca me cansaria desta cena.
Levantei da cama tentando não acorda-la, mas foi em vão:
- Ainda está muito cedo Yoko – Ela resmungou – Volta pra cá.
- Preciso sair dessa cama Faye – Respondi incerta – Vou me trocar e andar um pouco pela praia.
- Quer que eu vá contigo?
- Pode continuar aí – Falei contradizendo o que eu realmente desejava – Não precisa se preocupar.
- Bom... – Ela se agarrou ao meu travesseiro e o cheirou, abrindo um leve sorriso – Eu vou com você!
- Não precisa...
- Faço questão – Ela me interrompeu.
Avistamos poucas pessoas na areia, a maioria correndo, então Faye me contou da época em que ela fazia atletismo em um clube, ela me confessou que era muito boa e que se não fosse o seu amor pela medicina com certeza ela seria uma velocista, eu a provoquei dizendo ser mais rápida e apostamos uma corrida de cinco minutos.
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A PESSOA CERTA
FanfictionFaye é uma mulher rica e bonita e uma profissional competente que sempre está se aprimorando, contudo mesmo sendo bem sucedida nesta área, ela carrega no coração um espaço cheio de medo e dúvidas, marcada pela lembrança de um amor que perdeu e que a...