A boa conselheira

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(Por Yoko)

Acordei bastante relaxada no sábado, depois daquele banho quente, da comida da minha avó e de conversarmos muito sobre o meu dia, ela me perguntou como era o trabalho, falei sobre as coisas que a gente só aprende na prática sem dar quaisquer informações dos pacientes  já que isso seria antiético.

Ela apreciou e me pediu que a levasse no centro cultural qno domingo, não perguntei pra que ela queria ir, mas garanti que iríamos depois do café da manhã e se o tempo estivesse bom.

Passei o restante do dia enfurnada em meu quarto, lendo alguns livros e fazendo os trabalhos da faculdade, parei somente pra almoçar, apesar da exaustão de decorar as matérias, eu me sentia gratificada por estar conseguindo me estabelecer em algo.

A noite pedi uma pizza e a minha avó fez um bolo, era muito bom vê-la estável e independente da idade, ainda muito ativa.

...

Para a minha surpresa, o domingo iniciou-se com o céu aberto e como a minha avó continuava sem sofrer nenhuma crise recentemente, avisei-a que logo sairíamos.

Nesse tempo em que nos arrumávamos, recebi a ligação da Marissa me convidando pra ir na casa dela almoçar e contei os meus planos. Ela ficou eufórica com a ideia de passar o dia em um centro cultural e afirmou que levaria Rebecca consigo, então marcamos de nos encontrarmos lá.

A minha avó e eu pegamos um Uber e em poucos minutos chegamos na frente do lugar, percebi uma grande movimentação de visitantes, vovó não se importou com isso e eu respirei aliviada.

Quando Marissa e Rebecca chegaram, nós quatro entramos no centro cultural, logo na entrada havia uma moça entregando panfletos com a agenda do evento, todas nós escolhemos algumas atrações.

Vovó quis fazer aula de pintura e ver as obras de artistas desconhecidos assim como a Marissa, Rebecca e eu resolvemos ver a exposição de fotografias e teatro.

Marissa pegou na mão de minha avó e juntas foram procurar pelas oficinas de arte.

Olhei pra Rebecca mais atentamente e reparei que ela estava com um semblante triste, pensei se deveria perguntar ou não sobre, mas optei por me calar, em algum momento ela iria desabafar comigo:

- A exposição de fotos fica a duas galerias daqui – Uma das funcionárias explicou – Só seguirem em frente e logo acharão.

Andamos caladas por este trecho até deparamos com um enorme pôster exibindo a foto de uma mulher seminua, tampando os seios com os braços e segurando uma maçã.

O rosto da modelo era parecido com o da Faye, o que me deixou admirada. Quando Rebecca percebeu que eu tinha parado, ela voltou e ficou olhando pra foto e pra mim, foi a primeira vez que ela sorriu naquele dia:

- É uma fotografia bem sugestiva, não? – Ela insinuou.

- Me lembra uma mulher tão linda quanto a modelo – Respondi sem pensar.

- Dá até vontade de comer essa maçã – Ela prosseguiu.

- É verdade!

- É verdade? – Ela perguntou maliciosamente e me encarando.

- Não... Quero dizer, eu... – De repente a minha ficha caiu e vi que tinha falado demais, Rebecca começou a rir de mim.

- Pode parar de gaguejar Yoko, a Marissa já me falou da sua quedinha por sua chefe.

- Eu não tenho queda nenhuma pela Faye! – Bufei.

- Vamos entrar – Rebecca ignorou o que eu disse e me puxou pra dentro da galeria.

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