(Por Yoko)
Após as aulas sempre passava na frente do bar, não entendia porque eu queria ver a Faye, contudo eu sentia uma conexão com aquela mulher linda e totalmente desconhecida.
Pesquisei sobre ela nas redes sociais e na faculdade, sabendo por alguns professores que ela foi uma das melhores alunas de lá, pelas fotos em seu perfil no Instagram e no Twitter percebi que ela era gentil com os seus amigos e que atraía bastante comentários.
Um ícone diante a multidão de curiosos.
Decidi que iria me espelhar nela, não daria importância as coisas que as pessoas me falavam, pois desde cedo vi o quanto podemos ser cruéis.
...
Um dia a minha avó desapareceu, fiquei apavorada e procurei em todos os lugares que ela frequentava, já estava prestes a dar queixa do seu desaparecimento na delegacia quando recebi um telefonema, era de uma clínica particular.
Me situei do ocorrido e fui as pressas pra lá, ao chegar na clínica me espantei com o tamanho do prédio, o lugar era lindo e bem conservado, pessoas bem vestidas e carros caros no estacionamento, aquilo não era o meu mundo.
Entrei no prédio e fui direto a recepção pra me informar de minha avó e me conduziram para a emergência, fui muito bem atendida, eles não me julgaram pelas minhas roupas simples ou por qualquer outro motivo, isso me deixou confiante.
Encontrei minha avó dormindo em um leito e fiquei ao seu lado esperando ela acordar, uma das enfermeiras me avisou que a médica responsável logo desceria pra falar comigo, provavelmente já tinham entendido que a doença dela era psicológica.
Aguardei em silêncio, fiquei observando a organização e a higiene dali, ao contrário da maioria dos hospitais públicos, tudo estava impecável e eu me culpei por não ter meios de proporcionar algo assim a minha avó, eu sabia que não era a minha culpa, porém isso não me fazia me sentir menos culpada.
Estava tão longe em meus pensamentos que nem reparei que a médica havia chegado, quando ela perguntou se eu era a neta de Patthama, eu a encarei.
Meu coração errou algumas batidas em meu peito, a minha boca pareceu ter secado instantaneamente, “É ela... Como alguém pode ficar ainda mais bonita?” pensei e senti as minhas bochechas esquentarem.
Não sei se ela percebeu o meu constrangimento, mas se percebeu também não falou nada, Faye me chamou de canto e explicou a situação da minha avó, eu já sabia de todo o prognóstico, contudo ouvir daqueles lábios com a voz suave foi algo que me causou sensações estranhas e eu gostei.
Quando perguntei quanto custou tudo, ela sorriu de leve e disse que não teria custo algum, então em um ato involuntário peguei em sua mão e a agradeci, aquele contato mínimo me deixou em choque, sua mão era grande e macia, “Como seriam essas mãos em meu corpo?” Pensei, novamente senti meu rosto esquentar e sorri com um pequeno vislumbre.
Ela se afastou e saiu andando, eu continuei analisando a Faye e me questionando o que foi aquilo tudo em dentro de mim, eu não tinha interesse em mulheres, todavia porque aquela mulher despertava algo assim?
Quando ela virou pra trás, eu disfarcei e voltei para o lado de minha avó.
Assim que saímos da clínica liguei pra Marissa e pedi que ela me encontrasse em casa, aguardamos a minha avó descansar em seu quarto e a puxei para o meu:
- Você não tem noção de quem atendeu a minha avó... – Falei entusiasmada.
- Quem? – Ela se aproximou curiosa.
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A PESSOA CERTA
FanfictionFaye é uma mulher rica e bonita e uma profissional competente que sempre está se aprimorando, contudo mesmo sendo bem sucedida nesta área, ela carrega no coração um espaço cheio de medo e dúvidas, marcada pela lembrança de um amor que perdeu e que a...