Um dia de cada vez

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Quase duas semanas e eu morria de saudades da Yoko, porém eu precisava respeitar o tempo que ela pediu, nesse meio tempo percebi que a Bam havia grudado nela como chiclete e eu me contorcia de ciúmes, mas não podia cobrar nada, mesmo ela dizendo que não era o fim do nosso relacionamento, o fato de ter outra mulher rondando ela me chateava.

Eu evitei contato com as minhas amigas, não queria dar explicações de nada, necessitava acalmar a mente pra dar um basta na Yang, mas todas as vezes que eu tentei, saí frustrada e com raiva de mim mesma.

Eu odiava aquela mulher, mas ela era debochada e insistia em algo que não iria acontecer nunca mais.

Um dia depois que a Yoko se afastou a Yang apareceu na clínica novamente tentando me persuadir a voltar com ela, de alguma forma ela descobriu que eu estava sozinha, ela tentou me agarrar, porém eu entrei no carro e deixei-a falando consigo mesma

Dois dias após isso ela apareceu na minha sala, não sei como ela conseguiu entrar sem ser anunciada pela recepcionista, ameacei de chamar a segurança do prédio caso ela persistisse em ficar, ela riu de mim e me desafiou a cumprir a ameaça, quando peguei o telefone para ligar, ela se fez de inocente e saiu.

E durante todo esse período eu pude ver as várias faces que essa mulher tinha, faces que eu já conhecia e por alguma razão havia esquecido, um dia a femme fatale, em outro a pobre coitada, em outro a cobra peçonhenta tentando dar o bote.

Por sorte ninguém passou o meu número particular, não suportaria ela ficar me ligando.

O final de semana foi pior, eu me tranquei no meu apartamento e dormi praticamente o dia inteiro para não sofrer, mas sempre acordava por causa de pesadelos e chorava muito ao lembrar que o erro de tudo aquilo estar acontecendo era exclusivamente meu.

Na segunda fui perseguida por um Ford, já tinha notado esse mesmo veículo parado em frente ao prédio onde eu morava, anotei a placa dele e decidi avisar a Freen, ela possuía contatos que poderiam rastrear o dono do carro.

No final daquele mesmo dia a Yang me encurralou no estacionamento:

- Vai continuar fugindo de mim? – Ela cantarolou.

- Eu não pedi pra você sumir da minha vida? – Disse enquanto passava por ela, mas senti a sua mão segurar firmemente o meu braço.

- E eu não disse que você vai voltar pra mim? Aproveita que você se livrou daquela moleca.

- Não fala assim dela – Eu gritei, puxando o meu braço.

- Vai me dizer agora que aquela criança te conquistou? – Ela gargalhou – Impossível, olha pra mim – Ela abriu os braços e ficou se admirando – Você vai trocar esse mulherão aqui por alguém como ela?

- Yang – A empurrei pra longe do meu carro – É impossível comparar vocês duas... – Ela abriu um largo sorriso ao me ouvir dizendo isso, então abri a porta e entrei, antes de dar a partida terminei a frase – Sem dúvida, ela é muito mais mulher pra mim do que um dia você foi ou será.

Quando a terça chegou, fui acordada com uma ligação da Wanwand que me pediu para ir em um congresso na cidade, duraria o dia inteiro e eu não teria como ir trabalhar, como as coisas continuavam complicadas entre a Yoko e eu, aceitei.

Ao sair do prédio vi outra vez o Ford, ele me seguiu por alguns minutos, mas consegui despista-lo na rodovia, como se já não bastasse a Yang me perseguir.

Desde então redobrei a minha atenção e decidi ficar o mais distante possível da Yoko, não queria ela correndo risco por minha causa, se algo grave acontecesse com ela, meu Deus... Eu jamais me perdoaria.

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