— Amiga, tem certeza de que não quer ir embora? Você já está sentada aqui há minutos, olhando para o nada, com o olhar vazio. Além disso, você já bebeu umas duas garrafas de champanhe, se juntar todas as taças que bebeu.
Eu estava paralisada, processando tudo o que estava acontecendo. Meu coração estava partido em milhares de pedaços. Por que o Sebastian fez aquilo? Por que agiu de forma tão egoísta, sem se importar com os meus sentimentos? Eu tinha feito tantos planos para nós e agora, nada mais tinha sentido.
Voltei a beber um gole do champanhe na taça que segurava e olhei para a minha amiga. Ela me devolveu um olhar de compaixão, sabendo o quanto eu estava sofrendo. Eu sentia um nó na garganta, uma vontade de chorar imensa, mas me contive. Não queria dar esse gostinho para aquele canalha. Já bastava eu estar me sentindo humilhada, traída e abandonada.
— Eu estou bem, Barbie — eu disse no automático, sem conseguir disfarçar a tristeza na minha voz.
Voltei a olhar para a direção do Sebastian, vendo-o conversar com um homem, provavelmente do ciclo corporativo, enquanto segurava uma taça de champanhe com uma mão e mantinha a outra mão no bolso da calça. Ele tentava parecer menos tenso, mas dava para notar que ele estava abalado também. Certamente, ele temia que eu fizesse um escândalo e arruinasse sua reputação. Com certeza, me ver ali atrapalhou seus planos de passar a noite na companhia da Paola, que mantinha uma certa distância dele, conversando com uma mulher. Eu me senti diminuída, porque Paola provavelmente conhecia todos os amigos do Sebastian, tinha intimidade com os pais dele etc. Enquanto eu não fazia ideia de quem eram aquelas pessoas, e ele nem mesmo fez questão de me apresentar aos seus pais. Eu me senti uma intrusa ali, principalmente porque de vez em quando o Sebastian me olhava com preocupação e culpa, e depois disfarçava, olhando para a Paola, que trocava olhares cúmplices com ele, como se estivesse manipulando a situação. Eu sabia o que estava acontecendo, eles conseguiam se comunicar apenas com o olhar, coisa que somente pessoas com conexão podem fazer.
Uma onda de raiva pesou sobre mim, eu queria me vingar, fazer aqueles dois pagarem por brincar com os meus sentimentos, principalmente o Sebastian, que nem se importou com os meus planos, com os meus sonhos, com o meu amor. Ele me humilhou, me traiu, me abandonou. Mas eu precisava pensar no que fazer. Jogar vinho no vestido da Paola e obrigá-la a ir embora da festa antes da hora era um tanto infantil, ou beijar um cara qualquer para fazer ciúmes no Sebastian também era, se bem que... Não parecia uma má ideia.
Voltei a dar mais um gole no champanhe. A bebida já começava a me fazer relaxar ao ponto de me sentir leve, livre, eu queria mesmo era extravasar toda aquela raiva de alguma forma. Talvez dançar, talvez cantar, talvez gritar. Qualquer coisa que me fizesse esquecer aquela dor, pelo menos por um momento.
— Ayara, vamos embora, amiga. Eu posso ligar para o Miguel e pedir que ele venha nos buscar. Vamos aproveitar que está cedo e sair dessa festa horrível — Bárbara sugeriu, preocupada com o meu estado.
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Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do Coração
RomanceAyara Arantes, vive seu tão desejado sonho de relacionamento perfeito. A vida parece vibrante e repleta de cores e alegria. No entanto há segredos estão sendo mantidos nas sombras, girando silenciosamente em seu entorno. Quando esses segredos finalm...