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Faltavam poucos minutos para a hora do jantar com os pais da Bárbara e eu ainda estava trancado dentro do banheiro, olhando meu reflexo no espelho, sem nenhuma coragem para enfrentar o temido César Freitas. Eu sabia que esse dia chegaria, mas não pensei que além de dizer que amava sua filha, eu também teria que dar a notícia de que seria o pai do neto dele.

— Vamos, rapaz, tenha coragem. A Bárbara e o seu filho precisam de você. — Eu dizia para mim mesmo, tentando me encorajar. — O que de ruim pode acontecer? No máximo, o César pode te dar um tiro por ter se envolvido e engravidado a filha dele, ou te mandar para a cadeia, morar no meio de um monte de gente ruim que ele mesmo fez questão de trancar lá dentro, ou, no pior das hipóteses, ele pode liberar uma ordem de embargo para o seu escritório de advocacia e você perder o legado da sua família.

Merda! Eu comecei a hiperventilar ao pensar em todas as possibilidades que poderiam acontecer caso o César não aceitasse o meu envolvimento com a filha. Estava tendo uma crise de pânico e ansiedade ao mesmo tempo. Eu sentia o coração acelerado, a boca seca, o suor frio, a visão turva. Eu precisava me acalmar, mas não conseguia.

Ajustei minha barba recém-feita, sentindo a textura suave sob meus dedos, e lancei um olhar crítico ao meu reflexo no espelho. A camisa social na tonalidade vinho, cuidadosamente dobrada até os cotovelos, conferia um ar casual que eu esperava transmitir. A calça preta, bem cortada, complementava a camisa, e os sapatos sociais pretos polidos, juntamente com o relógio de pulso.

Com um suspiro pesado, tomei coragem e saí do banheiro. Caminhei até o móvel e peguei a chave do meu carro e a carteira. Saí do quarto. Antes de ir, eu passei pelo quarto da Ayara. Eu tinha pedido que ela ficasse com a Ana Clara até eu voltar, já que a Rosa não podia ficar até mais tarde. Eu queria saber se elas realmente iam ficar bem.

Caminhei pelo corredor e, ao encontrar a porta do quarto aberta, avistei as duas em cima da cama, brincando com bonecas, conversando e comendo besteiras. Ana Clara havia levado vários brinquedos para o quarto da Ayara, com a intenção de fazer uma festa do pijama. Ela já usava o pijaminha colorido de ursinhos e meias coloridas. Ayara também usava um pijama, um vestido de manga longa e meias. Embora estivesse sorrindo e brincando com minha filha, eu notei que ela estava triste, provavelmente sofrendo pelo Sebastian.

Dei duas batidas na porta, para chamar a atenção delas, e elas olharam na minha direção.

— Já estou indo. — Eu disse, com uma voz apressada.

Eu não queria me atrasar para o jantar com os pais da Bárbara. Ayara se levantou da cama e caminhou até onde eu estava.

— Espero que você volte vivo — zombou, rindo.

Ela sabia que eu ia conversar com o César e a Cecília sobre a Bárbara.

— Eu também espero — abri um sorriso preocupado. Eu não sabia como eles iam reagir, mas eu esperava que eles fossem compreensivos e respeitosos. Eu amava a Bárbara e queria ficar com ela e com o nosso filho.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora