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A tarde avançava quando saí da FAST. Entrei no meu carro, decidido a ir atrás da Ayara para conversar, me desculpar e pedir a ela uma segunda chance. Sabia que teríamos uma conversa difícil, porque ela tinha um gênio terrível, mas confiava nos sentimentos que eu sabia que ela tinha por mim. Se ela me amasse de verdade, me perdoaria. E foi com esse pensamento que saí pelas ruas, dirigindo o mais rápido possível, sem me importar com os sinais, as buzinas, os xingamentos dos outros motoristas.

Estava angustiado, aflito e preocupado. Pensei em ligar para o Miguel e contar o que havia acontecido e pedir que ele conversasse com ela para que ela pudesse me atender, mas achei melhor tentar resolver as coisas sem envolver o meu amigo. Eu sabia que ele era muito cuidadoso com a Ayara e que provavelmente ficaria bravo comigo se soubesse de tudo, e como eu não queria ter mais problemas, decidi tentar resolver tudo do meu jeito.

Quando estacionei o carro em frente à casa dela, olhei na direção das janelas do seu quarto, no segundo andar, e vi que as janelas estavam abertas. Um bom sinal, ela estava em casa e eu daria um jeito de falar com ela, mesmo se ela não quisesse.

Antes de descer do carro, retirei o paletó e a gravata, que eu usava para o trabalho, dobrei a camisa social até os cotovelos e saí do carro, com o coração apertado, e caminhei até a porta. Toquei a campainha na esperança de que ela me atendesse. Mas quem abriu a porta foi Marta, a empregada da família. Quando me viu, abriu um sorriso.

— Boa noite, Marta. Eu queria muito falar com a Ayara — falei, com um tom de urgência.

— Entre, filho — ela gesticulou gentilmente, me dando passagem. — Ela está no quarto.

Eu entrei na casa, que estava silenciosa e vazia. Muito provavelmente o Miguel ainda estava no trabalho e a Ana Clara no colégio. Só estávamos nós três ali.

— A senhora pode avisar que eu estou aqui? — eu pedi, educadamente.

Ela me olhou por alguns instantes, pensativa, como se soubesse que algo estava errado entre nós, mas não comentou nada, apenas suspirou e balançou a cabeça.

— Eu acho melhor você ir até o quarto dela. Lá vocês podem conversar com mais privacidade — ela disse, com um olhar compreensivo. — Mas vá com calma, filho. Ela está muito triste, e você sabe que essa menina tem o temperamento muito difícil — ela acrescentou, com um tom de preocupação.

Eu agradeci, deixei a sala e subi as escadas em direção ao seu quarto. Eu sabia que ela estava triste, e eu me sentia culpado por isso.

Cheguei à porta do seu quarto e bati de leve, esperando uma resposta. E como não ouvi sua voz me mandando entrar, eu tomei a liberdade e toquei na maçaneta devagar e fui abrindo a porta. E fiquei bastante abalado com a cena que a porta me revelou: Ayara estava deitada na cama, encolhida como se quisesse se proteger do mundo, usando fones no ouvido, ao lado de um buquê de flores vermelhas que me deixou intrigado. Que mandou flores para ela? Em cima do móvel, estava a caixinha da aliança de compromisso que eu dei para ela. Eu me lembrei de como ela ficou feliz quando eu a pedi em namoro, de como ela colocou a aliança no dedo e me abraçou forte. Agora, ela estava ali, jogada sobre o móvel, como se não tivesse mais valor.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora