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Meus sentidos voltaram de repente, e eu não sabia onde estava e por quanto tempo perdi a consciência. Abri os olhos com dificuldade e percebi que eu estava deitado em um dos leitos ao lado da Bárbara. Ela estava com uma expressão de alívio e preocupação ao mesmo tempo. Ayara cutucava a arma que estava no coldre na minha cintura, com uma curiosidade infantil.

— Barbie, ele tem uma arma — ouvi a voz da Ayara dizer, surpresa.

— Ayara, tira a mão disso! — ouvi novamente a voz da Bárbara, repreendendo a amiga.

— E ele nem me contou. O que será que ele está fazendo com essa arma na cintura? Será que está carregada? — Ayara continuou ignorando o pedido da amiga e puxando o objeto da minha cintura.

Eu sabia que estava descarregada, mas se tratando da Ayara tudo podia acontecer. Dei um tapa em sua mão e recuperei a arma, colocando-a de volta no coldre. Senti uma pontada de dor na cabeça e lembrei de tudo. Eu tinha desmaiado quando recebi a notícia de que Bárbara estava grávida. Com a cabeça pesada e meio tonto, me sentei na maca e olhei para Ayara.

— Cara, você desmaiou feio — ela disse, rindo. — Foi preciso quatro enfermeiros para te colocar na maca. E até agora eu não entendi o que aconteceu.

Ignorei o que Ayara disse e apontei para um copo de água que estava sobre o armário ao lado do leito da Bárbara. Eu estava com a boca seca e precisava me hidratar. Ayara me deu a água e eu bebi com sede. Finalmente senti que estava normal.

— Ayara, você conseguiu falar com os pais da Bárbara? — perguntei, mudando de assunto. Ela assentiu, sacudindo o celular.

— Sim. O César está no tribunal e a Cecília está vindo. Ela deve chegar em breve.

— Você pode esperar lá fora? Se os pais dela chegarem, você nos avisa, tudo bem? — pedi, educadamente. Eu queria conversar com a Bárbara a sós, sem a intromissão da Ayara.

— Tudo bem. Já entendi! Vocês querem ficar a sós e não me querem por perto para segurar velas. Estão de segredinhos — ela disse, zombando, nos dando as costas. — Eu não queria ouvir a conversa de vocês mesmo.

Assim que ela nos deixou, eu desci da maca e me aproximei do leito da Bárbara. Ela me olhava séria, preocupada. Ela estava com uma barriga saliente, que eu não tinha notado antes. Ela acariciou a barriga com ternura e depois olhou para mim.

— Desculpa, Miguel... — ela disse, com a voz trêmula. Eu acariciei seu rosto com amor.

— Por que está se desculpando se essa é uma notícia ótima? — eu disse, tentando soar animado. Eu queria que ela soubesse que eu estava feliz com a gravidez, mesmo que fosse inesperada.

— Mas não vai ser ótima para os meus pais, principalmente para a minha mãe. Ela vai surtar quando souber que eu estou grávida sem estar casada. Ela sempre quis que eu me casasse primeiro antes dos filhos. Ela vai me deserdar, eu tenho certeza. E ainda tem o meu pai, ele seria capaz de matar você ou mandar fechar seu escritório de advocacia, essas coisas — ela disse, angustiada.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora