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E mais uma vez, vi meus sonhos despedaçados pelo chão

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E mais uma vez, vi meus sonhos despedaçados pelo chão. Parecia que meu desejo de me casar com Sebastian e construir uma família ao seu lado tinha se desfeito mais uma vez, deixando apenas a dor pulsante no meu peito. Era tão insuportável quanto imaginar Paola ao lado dele novamente, agora com um filho que os uniria para sempre.

Não conseguia acreditar que Paola estava grávida dele. Teriam juntos o filho que sempre sonhei em ter com ele. Eu tinha certeza de que ele voltaria para ela, e eu seria esquecida com minha dor, como uma sombra perdida nos cantos de um amor que nunca foi verdadeiramente meu. Era assim que funcionava em triângulos amorosos; alguém sempre saía perdendo, e, nesse triângulo, eu era a perdedora.

Fui tola em confiar em Sebastian, em dar-lhe uma segunda chance, em acreditar que poderíamos compartilhar nossos sonhos. Sentia-me afundando em um mar de desilusão e desespero. Tudo o que eu queria era desaparecer para algum lugar distante, onde ninguém pudesse me encontrar.

Chorei bastante no trajeto de volta para casa. No entanto, ao me aproximar da porta de casa, fiz uma pausa, enxugando os olhos com cuidado. Era importante manter a compostura para que ninguém percebesse o que estava acontecendo; Miguel, minha amiga e a pequena Ana Clara já deveriam estar acordados, e eu não queria que me vissem naquele estado.

E, como imaginei, quando atravessei a sala, ouvi suas vozes vindo da cozinha. Estavam animados como a família feliz recém-formada que eram, tomando café da manhã. Provavelmente nem perceberam que eu havia saído. Me senti uma intrusa, tomada por um sentimento estranho de não pertencer a lugar algum, de não fazer parte daquela família.

Naquele momento, só queria voltar para casa. Com passos longos e apressados, subi os degraus em direção ao meu quarto. Ao entrar, fechei a porta e me sentei na beirada da cama. Minha mão foi em direção à gaveta do móvel onde guardava o anel de compromisso que Sebastian havia me dado. Peguei-o e uma lágrima escorreu pelos meus olhos ao abrir a caixinha e ver a pedrinha brilhando. Junto dele, dentro da gaveta, estava o envelope com os documentos que Miguel me havia entregado. Deixei a caixinha em cima da cama e peguei o envelope.

Tirei o lacre e puxei as folhas. Havia muitos termos legais em inglês dos quais eu não entendia, mas confiava que Miguel havia deixado tudo pronto. Toda a minha herança estava ali, disponível para mim, eu só precisava assinar.

Não havia mais o que pensar, nem mais o que esperar. Nada mais me prendia no Brasil. Eu havia perdido meu único amor e queria partir, partir para bem longe onde ele nunca pudesse me encontrar.

Eu sentia, era hora de voltar para casa. Com os documentos em mãos, levantei-me da cama e fui me sentar na escrivaninha. Lá, assinei todos os documentos, sem lê-los. Depois de assinar tudo, os coloquei dentro do envelope novamente e me joguei na cama, sentindo novamente aquela dor esmagadora no peito, acabando por adormecer de tanto chorar.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora