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Sobre a cama, havia duas malas abertas. Uma delas já estava arrumada, fechada e pronta para partir. A outra, ainda aberta, aguardava os últimos itens essenciais. Com cuidado, eu selecionava o que levar: uma coleção de livros que me acompanharam por anos, a caixinha de música, presente do Miguel, que tocava uma melodia suave capaz de acalmar meu coração inquieto. Além disso, incluí algumas peças de roupa escolhidas, documentos importantes, e pequenos objetos que carregavam memórias insubstituíveis.

Retornei ao closet e retirei as últimas peças de roupa que havia decidido levar comigo. Coloquei-as sobre a cama, onde já estavam outras coisas que eu havia selecionado anteriormente. Enquanto organizava as roupas, o som do meu celular tocando interrompeu o silêncio do quarto. Atravessando o espaço desordenado, peguei o aparelho e vi que Derek estava me ligando. Eu tinha a intenção de entrar em contato com ele, mas ainda não tinha conseguido um momento para fazer isso.

— Derek? — Eu disse, pressionando o celular contra o ouvido, esperando por sua voz familiar.

— Oi. Eu liguei para saber se você está bem? — Sua voz era calma, transmitindo uma preocupação genuína.

— Não, eu não estou bem — admiti, a sinceridade pesando em cada palavra.

— Seu tutor me ligou. Ele me contou sobre a sua decisão de voltar para a Inglaterra e mencionou que você precisaria da minha ajuda — Derek explicou, e eu podia imaginar o cenho franzido que acompanhava suas palavras.

— Espero que ele não tenha te ameaçado — tentei brincar, apesar da minha tristeza.

Do outro lado da linha, ouvi a risada de Derek, um som que normalmente traria conforto.

— Ele foi muito claro sobre suas reservas, mas disse que está na hora de você tomar suas próprias decisões e preferiu não opinar— ele respondeu, e eu pude sentir o sorriso em sua voz.

Eu soltei um suspiro, um misto de alívio e resignação.

— E parece que ele finalmente entendeu isso — acrescentei, tentando encontrar alguma leveza na situação.

— Eu só fiquei curioso... aconteceu algo que te fez mudar de ideia e querer ir embora? — Derek perguntou, e eu podia ouvir a cautela em seu tom.

— Sim, aconteceu. Mas eu não quero falar sobre isso agora... então, você vai poder me ajudar ou não? — perguntei, precisando saber se podia contar com ele.

— Eu jamais rejeitaria um pedido de ajuda vindo de você — afirmou Derek, e a firmeza em sua voz me deu um vislumbre de esperança.

Eu abri um sorriso triste, olhando para as malas em cima da cama, símbolos tangíveis da minha partida.

— Obrigada, Derek — agradeci, sentindo uma ponta de gratidão.

— Antes, eu tenho que resolver alguns assuntos pendentes aqui, mas te encontro na Inglaterra em três dias. Tudo bem? — ele propôs, e eu podia ouvir o som de papéis sendo manuseados ao fundo.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora