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Miguel me puxou de lado, longe do burburinho que ainda restava da festa, e olhou nos meus olhos com uma expressão séria.

— Ayara, por favor, se comporte e obedeça a minha mãe — ele pediu, sua voz baixa e firme. — Lembre-se, ela é velha e tem o coração fraco.

Ele depositou um beijo suave em minha testa, um gesto de despedida carregado de preocupação.

A festa de casamento já havia terminado, e os últimos momentos foram marcados por risadas e surpresas. Minha amiga lançou seu buquê de flores com um movimento gracioso, e por um acaso do destino, ele aterrissou bem em cima da acompanhante do Felipe, que por sinal, trabalhava como secretária do Miguel. A cena foi hilária, com Felipe se levantando num salto, quase como se tivesse levado um choque, afastando-se dela com um movimento exagerado e arrancando gargalhadas de todos ao redor.

Depois, cortaram o bolo, uma obra de arte confeitada que parecia quase uma pena destruir. E agora, os noivos estavam prontos para partir para a lua de mel. Minha amiga havia trocado seu vestido de noiva por um longo vestido perolado, que realçava sua beleza.

— Fica tranquilo, Miguel, eu não vou aprontar nada — eu disse, tentando tranquilizá-lo enquanto segurava a mão da vovó Dulce, que sorria ao meu lado.

— Fica tranquilo, filho — a Vovó reforçou com uma voz doce. — Ayara e Ana Clara estarão em boas mãos. Ou você não confia na sua própria mãe?

— Mãe, eu confio na senhora, só não confio em certas pessoas que sempre que pode aprontar alguma coisa — ele respondeu, lançando-me um olhar meio rabugento, meio brincalhão.

Foi então que Ana Clara, com seus olhinhos marejados, puxou a manga da camisa do Miguel.

— Papai, eu quero ir também! — ela protestou, limpando as lágrimas que insistiam em cair. Desde que soube que Miguel e Bárbara iriam viajar sem ela, a pequena ficou sensível e chorosa.

Miguel se agachou até ficar no nível dos olhos da filha e com um sorriso gentil.

— Filha, papai volta logo e vai te trazer um presentão, tá bom?

Ana Clara assentiu, ainda limpando os olhinhos com as costas das mãos.

Bárbara, não menos carinhosa, se juntou a eles e deu um abraço apertado nela.

— Não chora, meu amor. Nós prometemos que vamos voltar logo, e aí vamos ter um montão de histórias para contar.

Enquanto Bárbara acalmava a pequena Ana Clara com palavras doces e um abraço reconfortante, meus olhos se desviaram para além da agitação que ainda vibrava na saída do salão. Lá estava Sebastian, recostado no banco do motorista de seu carro, os olhos fixos em minha direção. Ele tinha aquele olhar intenso que sempre me deixava inquieta. Eu podia sentir a ansiedade borbulhando dentro de mim, uma mistura de curiosidade e nervosismo sobre a explicação que ele queria me dar.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora