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No caminho para o trabalho, mudei o trajeto e dirigi diretamente para o prédio onde o Sebastian morava. Me identifiquei na recepção e meu acesso foi liberado após o porteiro conseguir falar com ele.

Entrei no elevador e apertei o botão do último andar, onde ficava a cobertura daquele babaca. Eu sentia o meu sangue ferver e o meu coração bater mais rápido só de lembrar de tudo o que a Ayara me contou. Estava irritado e com raiva pela forma como ele havia tratado ela, e não estava disposto a ser amigável. Eu só queria dar um soco na cara dele e fazê-lo se arrepender de tudo o que ele fez, mas eu precisava entender melhor o que tinha acontecido.

Minutos depois, o elevador parou e a porta se abriu, me deixando no hall da cobertura. Era um espaço amplo e iluminado, com um tapete vermelho e um vaso de flores. Me aproximei da porta e toquei a campainha, esperando que ele atendesse. Como ele demorou a atender, dei duas batidas fortes na porta, chamando pelo seu nome. Eu queria que ele soubesse que eu estava ali e que eu não ia embora sem falar com ele.

Ouvi o som da maçaneta girar e finalmente a porta abriu. Sebastian apareceu, estava sem camisa, usando um short esportivo e com os pés descalços. Ele tinha os cabelos bagunçados, a barba por fazer e olheiras profundas. Sua feição estava péssima, parecia ter envelhecido uns dez anos em uma noite. Ele não disse nada, nenhum bom dia ou cumprimento formal. Ele sabia que eu não estava ali como o seu amigo e sim como o pai da Ayara, e que eu estava furioso com ele.

Ele apenas saiu do caminho, me dando passagem para entrar. Assim que entrei na cobertura, entendi por que ele estava com aquela cara péssima. A sala estava uma bagunça, com roupas jogadas pelo sofá, copos sujos pelo chão. Em cima da mesa de centro da sala, havia algumas garrafas de bebidas alcoólicas e latas de energético, vazias ou pela metade. Ele tinha passado a noite toda bebendo, tentando afogar as mágoas. Ele devia estar se sentindo culpado quando percebeu a merda que fez.

— Senta aí! — apontei para o sofá, com um tom de voz autoritário.

— Eu pensei que eu deveria te oferecer assento na minha casa — ele disse, tentando ser amistoso, mas eu não estava para brincadeiras. Eu não estava ali para ser seu amigo, mas para acertar as contas com ele.

— Senta aí, porra! — disse, sério, aumentando o volume da minha voz. — Aposto que passou a noite toda enchendo a porra da cara para fugir da responsabilidade das merdas que fez — eu disse, olhando para as garrafas e latas espalhadas pela sala.

Ele se sentou no sofá, com a cabeça baixa, e depois me olhou. Ele tinha os olhos vermelhos e arrependidos, mas eu não sentia pena dele.

— Miguel, eu posso explicar tudo... — ele começou, mas eu não o deixei terminar.

— Você não vai explicar caralho nenhum — disse, irritado, sacando a arma da cintura e apontando em sua direção. Ela estava descarregada, mas eu queria dar um susto naquele idiota. Eu queria que ele sentisse medo, assim como a Ayara sentiu. — A Ayara me contou tudo o que você fez com ela! E a minha vontade sabe qual é, Sebastian? Descarregar essa porra dessa arma toda na sua cara, seu babaca! — disse, furioso.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora