Ayara Arantes, vive seu tão desejado sonho de relacionamento perfeito. A vida parece vibrante e repleta de cores e alegria. No entanto há segredos estão sendo mantidos nas sombras, girando silenciosamente em seu entorno. Quando esses segredos finalm...
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— Marta, o que tem para comer? — eu perguntei ao entrar na cozinha mais uma vez e ver a Marta na beirada do fogão fritando bolinhos de arroz para o jantar.
Ela olhou para trás e limpou a mão no pano de prato que estava pendurado no avental, que combinava com o vestido florido, e o lenço na cabeça.
— Minha nossa senhora, menina! — ela murmurou, balançando a cabeça. — É a quarta vez que você entra na cozinha procurando comida. Por acaso está com verme?
Eu me aproximei da mesa, me sentei em uma cadeira e peguei uma banana na fruteira, e comecei a descascá-la. Eu estava triste e ansiosa, e quando ficava assim descontava na comida. Eu comia para tentar aliviar a dor que eu sentia no peito, e para tentar esquecer o que tinha acontecido.
A discussão que tive com a Paola me deixou mais arrasada do que já estava, as palavras dela carregadas de veneno não saiam da minha cabeça, me gerando uma série de dúvidas. Mesmo depois de tudo, eu tinha esperanças de que o Sebastian viesse atrás de mim e me pedisse desculpas, e nós nos acertaríamos, e ficaria tudo bem novamente, mas não. Nada. Ele havia sumido. Eu estava começando a achar que a Paola tinha razão em tudo o que disse, o Sebastian só estava se divertindo às minhas custas.
Comecei a comer a banana sob o olhar atento de Marta, que mantinha as mãos na cintura me olhando. Ela percebeu que eu estava mal, e se aproximou de mim, com uma voz preocupada e carinhosa.
— O que houve, filha? Por que está assim tão triste? — ela perguntou, colocando a mão no meu ombro, e me olhando com compaixão.
— Não conta para o Miguel tá Marta, mas o Sebastian e eu brigamos feio e eu acho que está tudo acabado entre nós — eu disse, com a voz triste.
Eu estava triste e desiludida, e não conseguia enxergar mais uma solução.
— Eu sinto muito, querida. Vocês estavam tão felizes — ela comentou, com um tom de tristeza e de surpresa.
— Sim, até aquela vaca da ex-noiva dele aparecer e estragar tudo — eu continuei, com raiva e com mágoa — Eu acho que o Miguel sempre teve razão, o Sebastian não é para mim — eu terminei, com resignação e com tristeza.
Mal terminei de falar a ouvimos o som da campainha tocar, e meu coração deu um salto no peito. Será que era o Sebastian?
— Será que é ele, Marta? — eu perguntei esperançosa e preocupada, estava toda desleixada, com os cabelos sem pentear, bagunçados presos no alto da cabeça, e um short jeans velho e uma camisa larga.
— Eu não sei, mas vou ver quem é? — ela disse saindo da cozinha.
Assim que Marta saiu do meu alcance, eu deixei a banana mordida em cima da mesa e a segui com passos leves, curiosa para saber quem era o visitante que tinha acabado de chegar. Eu me escondi atrás das portas da cozinha, tentando ver quem era, mas só consegui ouvir vozes abafadas e indistintas. De repente, o som da fechadura girar e a porta bater me fez pular.
