Ayara Arantes, vive seu tão desejado sonho de relacionamento perfeito. A vida parece vibrante e repleta de cores e alegria. No entanto há segredos estão sendo mantidos nas sombras, girando silenciosamente em seu entorno. Quando esses segredos finalm...
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A empolgação borbulhava dentro de mim como champanhe em uma noite de celebração. A ideia de me casar com Sebastian e adotar o sobrenome Miller era tão encantadora que me levou a mergulhar de cabeça em um curso de culinária online. Estava determinada a dominar as artes domésticas: lavar, passar, cozinhar – tudo o que uma esposa dedicada faria.
"Ah, meu Deus!", exclamava para mim mesma, quase não acreditando. Eu seria a esposa do Sebastian! A mera ideia fazia meu coração dançar em um ritmo acelerado de pura alegria.
Eu estava na cozinha, segurando uma tigela de batatas amassadas, meus olhos fixos no iPad que repousava sobre o balcão. Nele, um vídeo detalhava o passo a passo para criar bolinhos de bacalhau perfeitos – o prato predileto de Sebastian. Estava resoluta em praticar até que cada bolinho se tornasse uma obra-prima culinária. Além disso, queria ser a anfitriã perfeita para Miguel e minha amiga, que retornava de sua lua de mel.
Vovó Dulce adentrou a cozinha, usando um vestido azul com flores bordadas na gola, seu nariz aguçado captando o aroma do bacalhau que cozinhava lentamente na panela, perfumando o ambiente. Já havia compartilhado com ela os planos de casamento com Sebastian, e ela me apoiou incondicionalmente, mas me aconselhou a ter uma conversa franca com Miguel e a não esconder nada dessa vez.
— Filha, eu vim avisar que o Miguel chegou — ela anunciou, sua voz interrompendo meus devaneios.
Com um sorriso que brotava espontaneamente, coloquei a tigela sobre a mesa e desamarrei o avental, revelando o short de malha preto e a blusa cropped rosa que vestia.
A atmosfera da sala estava carregada de emoções à medida que saíamos da cozinha. As malas repousavam próximas à porta. Miguel, com a pequena Ana Clara aconchegada em seus braços, distribuía beijos calorosos na cabeça da menina, celebrando a chegada. Minha amiga, por outro lado, estava sentada no sofá, sua expressão abatida contrastando com a alegria do reencontro.
Quando Miguel me viu, colocou Ana Clara no chão com cuidado e me saudou com um sorriso radiante que parecia acender cada canto da sala. Ele estendeu os braços, um gesto silencioso de boas-vindas, e eu, sem hesitar, me joguei em seu abraço caloroso. Pude sentir o aroma familiar de seu perfume, que se misturava com o tecido da calça jeans e da camisa social branca, casualmente dobrada nos cotovelos. Enquanto ele depositava beijos suaves no topo da minha cabeça, um sentimento de conforto e afeição me envolveu completamente.
— Que saudade — eu disse, meu sorriso refletindo a felicidade do momento.
— Mãe, a mocinha aqui se comportou? — ele perguntou com um tom brincalhão, mas seu olhar rapidamente desviou-se para a figura materna que nos observava.
— Miguel, deixe a menina. Falando assim até parece que não dou conta de cuidar de suas filhas. E olha que eu cuidei de você sem o seu pai e veja só no homem que se tornou — Vovó Dulce interveio com uma ponta de autoridade e carinho.
