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Quando Ayara adormeceu nos meus braços de tanto chorar, eu a deixei delicadamente na cama e a cobri com o lençol. Ela estava exausta e precisava descansar. Eu saí do quarto em silêncio, procurando por Marta. Eu sabia que ela era muito próxima da Ayara e queria perguntar se ela sabia de alguma coisa, e precisava que ela fosse até o quarto da Ayara e arrumasse aquela bagunça.

Nas últimas semanas, eu estava tão envolvido com o meu relacionamento com Bárbara e com os problemas no trabalho que mal estava dando atenção à Ayara, e eu não tinha percebido que ela estava sofrendo e que precisava de mim. Eu pensei que ela, estando com o Sebastian, eu poderia ficar mais tranquilo, porque ele havia me dado a sua palavra de que cuidaria dela, mas pelo visto eu me enganei. Pela forma raivosa e sentida como Ayara avançava para cima dele, e ele repetia "eu posso explicar", já mostrava que ele havia feito algo de errado, que provavelmente envolvia a Paola.

— Marta? — eu chamei, assim que encontrei a minha empregada na lavanderia da casa. Ela estava de costas para a porta, segurando um cesto de roupas sujas e colocando-as na lavadora. Ela se virou e me viu, e deixou o cesto no chão.

— Está tudo bem com a menina Ayara, senhor? — ela perguntou, com uma expressão de preocupação.

Eu soltei um suspiro cansado e coloquei as mãos na cintura. Eu estava preocupado com Ayara e precisava saber o que tinha acontecido.

— Não, não está. Ela dormiu de tanto chorar. Eu vim perguntar se a senhora sabe de alguma coisa — eu disse, esperando que ela me contasse algo que me ajudasse a entender a situação.

Marta ficou meio sem jeito e baixou os olhos. Eu sabia que ela não gostava de se envolver nos problemas da família, mas eu não podia esperar. Ela era a única que tinha visto Ayara antes de eu chegar, e talvez soubesse de algo que eu não sabia.

— Ela me contou que brigou feio com o namorado e que talvez fosse o fim. Pouco depois, chegou um buquê de flores para ela, mas ela não quis me dizer de quem era, e pediu que não contasse para o senhor. Logo em seguida, o Sebastian apareceu e quis conversar com ela. Parecia tudo bem, até que começamos a ouvir os gritos.

Cocei a barba intrigado.

— Eu vou sair com ela e tentar descobrir o que aconteceu. Preciso que me faça um favor. Arrume o quarto dela, por favor. Está uma bagunça, parece que um furacão passou por lá. Quando a Rosa voltar da escola com a minha filha, avise que eu tive que sair e peça para ela colocar a menina para dormir.

— Pode deixar, senhor. Tomara que a menina Ayara se recupere e que o senhor possa ajudá-la. Ela é um pouco teimosa, mas é uma boa menina — disse Marta, com uma voz gentil e solidária.

Ela pegou o cesto de roupas sujas e saiu da lavanderia na direção da varanda.

Eu estava cada vez mais angustiado com aquela situação. Ayara tinha recebido flores de alguém e me escondido, mas por quê? Será que ela estava envolvida com outra pessoa? Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Voltei ao quarto dela e abri a porta devagar. Ela dormia profundamente, encolhida na cama, com as mãos sob a cabeça. Seu rosto estava pálido e inchado, e seus cabelos estavam bagunçados. Eu me sentei ao lado dela e a toquei de leve. Ela se mexeu e abriu os olhos, soltando um suspiro de quem chorou muito. Seus olhos negros me fitaram com uma mistura de medo e alívio.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora