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Não demorou muito e eu ouvi a buzina do carro no primeiro andar da casa. Meu Deus! O Derek estava me esperando, e eu nem acreditava que estava fazendo aquela loucura.

Eu já estava pronta, com os cabelos soltos, limpos, secos e penteados, caídos sobre os ombros. Fiz uma maquiagem para noite, com sombra marrom e preta nos olhos, que realçavam o meu olhar, e batom vermelho nos lábios, que contrastavam com a minha pele. Escolhi um vestido azul claro, com uma fenda lateral, uma cintura amarrada, e alças finas, que deixavam os meus ombros à mostra.

O vestido tinha um decote provocante, que revelava o meu colo e o meu colar. Combinei-o com saltos altos pretos e uma bolsa da mesma cor do vestido, que tinha o meu celular, a minha carteira e o meu batom.

Depois de passar bastante perfume, um floral suave que eu adorava, eu peguei meu celular, apaguei a luz do quarto e fechei a porta. Desci as escadas e fui para a entrada de casa, onde um carro conversível prata me aguardava. Derek estava encostado no carro, de costas para a porta, com os braços cruzados, olhando para o céu limpo e estrelado.

A noite estava linda, fresca e agradável. Eu fiquei parada, admirando a sua beleza. Ele tinha ombros largos, trapézios altos e fortes, braços musculosos, que se destacavam na camisa preta que ele usava. A camisa combinava com a calça jeans azul e o tênis confortável. Tudo nele era bonito. Até o seu cabelo loiro platinado parecia reluzir como ouro. Ele se virou e me viu.

Eu caminhei em sua direção, abrindo um sorriso que ele logo correspondeu. Quando estávamos próximos, ele me pegou pela cintura e me beijou no rosto. Eu senti o cheiro do seu perfume masculino e quase fui às nuvens. Ele era tão charmoso e atraente.

— Você é sempre bonita assim, ou é impressão minha? — ele me perguntou, com uma voz sedutora.

Eu ri sem jeito, sem saber o que responder.

— Não sei, o que você acha? — eu devolvi a pergunta, tentando disfarçar o meu nervosismo.

— Bem — ele me olhou de baixo a cima, com um escrutínio indisfarçável no olhar, e abriu um sorriso safado. — Eu acho que é sempre assim, porque sempre que te vejo você está maravilhosa — ele disse, abrindo a porta do carro para que eu pudesse me acomodar.

Eu ri, sentindo minhas bochechas corarem, e entrei no carro. Ele rapidamente deu a volta no carro e entrou nele, ligando o motor.

— Já sabe para onde quer ir? — ele me perguntou, enquanto saía de frente da minha casa.

— Na verdade, eu não faço ideia — eu confessei, sem ter nenhuma preferência.

Ele riu, colocando uma música suave para tocar no rádio. Era uma canção internacional, que eu reconheci como sendo uma das minhas favoritas. Ele tinha bom gosto.

— Fique tranquila, nós vamos encontrar um lugar perfeito — ele me disse, com confiança.

Eu olhei para o Derek, e fiquei pensando em como ele era perfeito, detalhista, carinhoso. De onde ele vinha, o que fazia no Brasil e o que pretendia comigo? Ele era tão misterioso.

— O que foi? — ele perguntou, notando que eu o observava. — Algum problema com a minha aparência? Estou com a boca suja ou alguma coisa no dente?

Eu ri sem jeito e voltei a prestar atenção na paisagem da cidade ao lado de fora do carro. As luzes dos prédios e dos carros se misturavam, criando um cenário urbano e moderno.

— Não é isso... — eu hesitei em falar, sem saber se deveria ser sincera.

— Fique à vontade, Ayara, eu não tenho nada a esconder de você — me encorajou.

— Eu não sei nada sobre você — eu confessei, curiosa sobre a sua vida.

— E o que quer saber? — ele perguntou, interessado.

— Tudo!

Ele riu, parou o carro no sinal vermelho e me olhou por um tempo. Eu analisei o seu rosto. Era quadrado, com um furinho no queixo, escondido por pelos ralos de sua barba loira. Seus olhos eram azuis, como o céu, e seus cabelos eram loiros platinados, como o sol. Ele era lindo, como um anjo.

— Bem, eu me chamo Derek Sidorov, tenho trinta e três anos, nasci na Rússia e vivi a maior parte dos meus anos lá, até ir para a Europa assumir os negócios do meu pai quando ele faleceu. Ele era um famoso hoteleiro, que tem filiais em vários países. Eu acabei vindo parar aqui no Brasil a negócios, depois que me divorciei — ele me contou, resumindo a sua história.

— O quê, você é um homem divorciado? — eu perguntei, surpresa.

— Sim. Não deu certo, tínhamos muitas diferenças e, com o tempo, minhas viagens e a falta de atenção fizeram a relação esfriar. Ela me pediu o divórcio e eu aceitei, sem resistir. Foi melhor assim e desde então estou sozinho — explicou, com um tom de resignação.

— Eu entendo, deve ter sido difícil, principalmente quando nos doamos, acreditamos e amamos incondicionalmente, e a pessoa não dá valor. Parece que dói mais — eu disse, compreendendo a sua situação e sentindo uma pontada de tristeza ao me lembrar do Sebastian.

O sinal abriu e ele voltou a dirigir, seguindo pela avenida movimentada. Ele me olhou de lado, curioso.

— Isso que você disse tem a ver com o Miller? — ele perguntou.

Eu olhei de volta, buscando seus olhos.

— Sim. Eu queria muito ser assim como você, e simplesmente seguir em frente como se nada tivesse acontecido, mas eu acreditei nas promessas dele, e no final, ele só estava brincando comigo e isso doeu bastante. Mas eu o mandei ir pro inferno e me sinto um pouco melhor com isso — abri um sorriso triste e ele pareceu perceber.

— O Miller é um idiota, não sabe o tesouro que teve nas mãos — Derek disse, com um elogio que me fez corar. — Tem mais alguma coisa que queira saber sobre mim?

— Não — eu disse, abrindo um sorriso sincero. Eu já tinha aprendido bastante sobre ele naquela noite, e estava gostando do que ouvia. Ele era um homem interessante, gentil e divertido.

— Mas eu acho que precisamos ir para algum lugar alegre, e esquecer dessas coisas. Que tal se formos beber alguma coisa? — eu sugeri, animada.

Ele sorriu de volta, concordando com a minha sugestão.

— Claro, vamos sim. Eu conheço um barzinho bem legal, que tem música ao vivo e uns drinks ótimos. Você vai gostar — deu uma piscadela me fazendo sorrir.

— Ótimo, então vamos lá — eu disse, curiosa para conhecer o lugar.

Ele acelerou o carro, entrando em uma rua lateral e seguiu na direção do nosso destino, enquanto eu pensava onde aquela noite iria nos levar

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora