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Passei a semana toda ansioso pela chegada da sexta-feira. Ayara e eu tínhamos combinado de nos encontrar. Mesmo que ainda não tivéssemos decidido o que faríamos ou para onde iríamos, só sabíamos que queríamos estar juntos, e isso era inegável. Eu adorava ficar com ela, fazer amor, sentir sua pele, seus beijos e suas ideias mirabolantes para o nosso futuro. Ela era tão idealista e sonhadora que me motivava. Estávamos decididos a avançar para o compromisso do casamento, especialmente após a visita dos meus pais à minha cobertura. Minha mãe, com seu entusiasmo contagiante, já tecia planos para os netos com Ayara, e essa ideia, embora um tanto apressada, nos deixou animados.

Ayara dedicava grande parte de seu tempo às aulas de culinária online em que se matriculou, evidenciando sua dedicação e afeto por mim e pelo lar que planejávamos estabelecer. Enquanto isso, eu me concentrava em planejar o discurso que apresentaria ao Miguel, com a intenção de pedir formalmente a mão de Ayara em casamento. Embora estivesse ciente da possibilidade de resistência por parte dele, mantinha a esperança de que ele aceitasse a proposta sem me dar um tiro com aquela arma.

Naquele dia, no escritório da FAST, eu me encontrava relaxado em minha cadeira, o paletó e a gravata já dispensados, enquanto dava os toques finais em um documento de suma importância. Foi então que o som do meu celular rompeu o silêncio, vibrando sobre a mesa. Ao ver o nome de Ayara iluminando a tela, um sorriso espontâneo surgiu em meus lábios. Com um gesto fluido, deslizei o dedo para atender e acomodei o aparelho entre o ombro e a orelha, pronto para ouvir sua voz.

— Oi, minha princesa! — exclamei com um tom saudoso na voz, não conseguindo esconder a alegria de ouvi-la. 

— Oi, amor. Eu sei que você ainda está no trabalho, mas eu não resisti, estou morrendo de saudades — a voz de Ayara soava doce e ansiosa do outro lado da linha. 

— Eu também estou com saudades. Já decidiu para onde vamos hoje? — perguntei, a expectativa clara em minha voz. 

— Ah, então... eu estou ligando para isso também. Infelizmente vamos ter que desmarcar, porque o Miguel está chegando de viagem hoje — sua voz carregava uma ponta de desapontamento. 

— Mas não seria um mês de lua de mel? — indaguei, uma ruga de preocupação formando-se em minha testa. Isso era sinal de que a conversa que eu pretendia ter com ele se anteciparia.

— Sim. Mas a minha amiga passou mal a viagem toda, você sabe como é essa coisa de gravidez. Então eles decidiram voltar mais cedo. Eu vou ter que estar em casa, você sabe, eu estou de castigo e o Miguel ainda não sabe sobre nós — explicou ela, a situação complicada evidente em seu tom. 

— É uma pena, eu estava fazendo planos para nós dois — confessei, sentindo uma onda de frustração. — Mas tudo bem, meu amor. Eu vou aproveitar a minha noite solitária de sexta-feira para ficar na frente do espelho treinando o discurso que vou fazer para o Miguel, quando for pedir a sua mão — brinquei, apesar da decepção.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora