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Quando Ayara subiu os degraus em direção ao seu quarto, o Miguel me olhou com uma expressão séria. Ele estava desconfiado do comportamento da minha amiga, e eu também. O que poderia ter acontecido dessa vez?

— Ela estava mentindo, não estava? — ele perguntou baixinho, para que ela não nos ouvisse.

Eu assenti, concordando com ele.

— Provavelmente. Ela não é boa em mentir, você sabe — peguei uma fatia da pizza que ele tinha pedido para nós.

— Não foi ao cinema, não é? — ele insistiu, querendo saber mais.

Eu neguei com a cabeça, mordendo a pizza.

— Não. Ela me disse mais cedo que não ia sair de casa e queria ficar sozinha, e agora vem com esse papo de que saiu com o Marcos, o garoto que ela nunca deu bola — falei com a boca cheia.

— Será que foi se encontrar com o Sebastian? — ele perguntou, com um tom de preocupação na voz.

— Não sei, mas alguma coisa aconteceu. Ela chegou em casa com uma cara péssima, com cheiro de drink e com a maquiagem dos olhos borrada, como se tivesse chorado.

— Ela estava com cheiro de drink? E com a maquiagem borrada? Andou chorando? — ele repetiu, surpreso. — Eu não reparei nisso. Eu só achei estranho ela dizer que tinha saído com o Marcos, porque eu sei que ela nunca gostou dele.

— Nossa, você parece um detetive especializado em "Ayaras". Você sabe tudo sobre ela, até o que ela sente pelo Marcos — eu brinquei, tentando aliviar o clima.

— Eu sou pai, Bárbara. E quando o nosso filho nascer, você vai entender o que eu estou dizendo. Nós conseguimos ler as entrelinhas que ninguém mais consegue. Nós sabemos quando algo está errado, quando alguém está mentindo, quando alguém precisa de ajuda.

— E o que vamos fazer? — perguntei, dando uma mordida na pizza e falando com a boca cheia. — Você acha que devemos ir falar com ela, tentar descobrir o que aconteceu, dar um conselho, um abraço, um ombro amigo?

— Não sei, essa situação me preocupa. Eu nunca tinha visto a Ayara desse jeito antes, tão triste, tão abatida, tão desanimada. Por isso eu estou pegando leve com ela, não quero pressioná-la nem invadir a privacidade dela. Eu só espero que ela não tenha ido se encontrar com o Sebastian, porque depois do que eu fiz, qualquer um se borraria de medo de voltar a se aproximar dela — ele disse, com um ar de culpa.

Movi a cabeça lentamente e olhei para o meu futuro marido sem acreditar no que estava ouvindo, e só então uma coisa começou a se encaixar com outra. A arma.

— Miguel, não me diga que você ameaçou o Sebastian com aquela arma que estava na sua cintura no dia que fomos para o hospital?

Ele olhou por cima dos ombros na direção das escadas, ressabiado, com medo de Ayara ouvir, e assentiu.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora