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Longos e tristes dias se arrastaram; pelo menos para mim, que passei a ficar mais trancada dentro do meu quarto, sem vontade nenhuma de enfrentar a vida lá fora. Comecei a me isolar de tudo e de todos, rejeitando convites de amigos para sair e não tendo a mínima vontade de fazer nada fora do meu quarto. Eu só queria ficar sozinha, com a minha dor e a minha saudade. Diferente da Bárbara e do Miguel, que andavam bastante animados com o casamento que já começava a ser organizado, e já tinha até data marcada, além dos preparativos para a chegada do bebê.

Eles estavam felizes, radiantes, apaixonados. Eles tinham um ao outro, e um futuro pela frente. E eu, o que eu tinha? Nada. Desde que tudo terminou entre o Sebastian e eu, eu sentia como se houvesse um buraco irreparável dentro do meu peito, que me causava dor e sangrava.

Eu sentia falta dele, de tudo o que vivemos juntos, de tudo o que planejamos juntos, de tudo o que sonhamos juntos. Eu não conseguia entender como ele pôde me trair, me abandonar, me esquecer assim tão fácil. Como ele pôde me fazer sofrer tanto?

Às vezes, eu me encontrava em lágrimas, deslizando pelo celular e parando nas nossas fotos que não consegui deletar. Lá estava o seu sorriso tão clamoroso, aquele olhar que me fazia sentir borboletas no estômago, e a memória dos seus abraços. A voz e a risada do Sebastian ainda ecoavam em minha mente. Seu cheiro, seu toque e seus beijos pareciam deixar uma saudade imensa em meu peito. Eu me questionava, revirando cada memória, buscando erros ou falhas minhas que fizeram ele perder o interesse.

A tarde de sábado dava início a uma noite fresca de tempo limpo. Eu estava deitada na cama, encolhida no escuro do quarto, assistindo a um filme de suspense na TV. O filme era bom, mas eu não conseguia me concentrar, porque só fazia pensar no Sebastian.

De repente, eu ouvi a voz da Ana Clara e da Bárbara pelo corredor, próximas do meu quarto. Elas estavam conversando animadamente, e rindo. Desde que Miguel e a minha amiga deram a notícia de que iam se casar e iam dar um irmãozinho à Ana Clara, ela andava grudada com a Bárbara pela casa, a chamando de mamãe. Elas se davam muito bem, e pareciam felizes.

A Bárbara estava radiante, com a barriga já crescendo e eles já haviam feito exames e descobriram que teriam um menino, e o Miguel estava orgulhoso, cuidando deles com todo o carinho do mundo. Eles formavam um casal lindo, e eu ficava feliz por eles.

Não demorou muito e eu ouvi batidas na porta.

— Entre — eu disse, desanimada, sem tirar os olhos da televisão.

Bárbara e Ana Clara entraram juntas no quarto, e Ana Clara correu na direção da cama e subiu nela, afoita para me contar alguma coisa.

— Ayara, nós vamos na casa da vovó Dulce, vamos com a gente? — me convidou, com os olhos brilhando de empolgação.

Eu olhei para ela, sem interesse, e voltei a olhar para a televisão. Eu não estava com vontade de sair, nem de me divertir. Eu só queria ficar sozinha.

Entre Segredos e Paixões 2 - Laços do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora