Consigliere - Renda-se ao Prazer...

O monstro!

Emma

Eu odeio o cheiro desse lugar, assim como odeio estar aqui, de frente para esse desgraçado que sorri para mim sabendo o quanto eu o odeio. Olho para o lado de fora, onde a paisagem branca com a neve já a metros do chão cobre a floresta densa. Infelizmente não posso ir contra meu destino, mesmo que meu coração tenha ficado com ele.

- Terei muito trabalho em disciplina-la, minha querida Emma, mas saiba que será um prazer para mim! - ele riu e sua voz asquerosa falando meu nome me causa ânsia.

Eu esperava nunca mais ouvi-la, apesar de saber que uma hora ou outra eu voltaria. Na verdade, era para eu ter morrido junto com Romano, mas me apeguei ao Shammuel, querendo que aquilo nunca acabasse, me esquecendo quem eu era e a quem servia, até eles aparecerem no hospital,  me recordando meu destino e me fazendo apontar a arma para o homem que eu amava

- Como Hanna está? - ignoro sua fala, o fazendo me olhar com um brilho sádico, com a promessa de um castigo bastante dolorido.

- Ela está bem! Já você, quando nos casarmos, estará em um grande apuro! - ele sorri e eu volto meu olhar para a paisagem que passa rápido do lado de fora.

Eu não me importava com o que aconteceria comigo, já estava morta mesmo sem Shammuel ao meu lado. Meu coração era dele, assim como minha alma e aqui nesse trem, só sobrou a carcaça vazia, que seguia para o matadouro, onde meu corpo seria possuido por este demônio!

Hanna ficaria bem e era isso o que importava para mim. Infelizmente para que ela continuasse bem e segura eu precisaria me entregar a esse filho da puta que queima seu olhar sobre mim, fazendo meu estômago embulhar, ao saber o que me espera ao seu lado. Sinto meus olhos queimarem conforme vejo a cidade apontar ao longe, sabendo que não havia mais volta, eu estava condenada!

- Tenha cuidado quando estiver na frente do nosso Fürehr, se me envergonhar na frente dele, sua irmã pagará caro! - sua voz ameaçadora me faz olhá-lo com ódio, que me queima como se eu estivesse dentro de uma fornalha. Ele sorri - Vou adorar ensiná-la a lembrar do seu lugar, querida Emma!

- Foda-se! - rosno para ele - nunca mais ameace minha irmã entendeu? Ou eu mesma vou enfiar um bala na sua cabeça!

Ele gargalha como se eu tivesse contado uma piada engraçada. Psicopata filho da puta. O trem para, sacolejando a cabine onde estamos e ele levanta e me levanta segurando com força meu braço.

- Comporte-se, querida Emma, lembre-se do meu aviso! - sua voz sai baixa e ameaçadora.

Meu olhar vai para o chão assim que as portas são abertas, do jeito que fui ensinada antes de fugir do cativeiro e ando ao lado dele. Meu corpo arrepiou de nojo quando sua mão nojenta parou em minha cintura e ele me guiou até o carro, que nos esperava perto da estação. Ele abriu a porta para mim e eu entrei, sentindo o estofado afundar ao meu lado quando ele sentou. Quem visse a cena, até acharia romântico, o noivo cuidando de sua noiva, mas eu sei o demonio que ele é, sei o que essa máscara falsa esconde por trás.

Chegamos a fortaleza onde minha família mora e sinto meu corpo tensionar ao passar pelos grossos portões, não havia mais volta, o inferno estava apenas começando para mim.

Maximilian me guia para um dos comodos reservado a ele. Sinto ânsia ao entrar ali, sabendo o que me espera daqui alguns dias. Ele não pode me tocar, não antes de ser autorizado, antes do nosso contrato.

- Mais tarde venho buscá-la querida, para que possamos jantar com a familia! Esteja pronta e linda como sempre foi! - sua voz me causa repulsa.

- Onde está Hanna? - pergunto vendo o cômodo vazio. - onde ela está? - rosno.