O acordo!

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Shammuel

Os aparelhos ao redor dela ecoam um bip insistente que faz minha cabeça latejar. Suspiro vendo a garota desacordada, sem saber o que fiz para que ela tivesse um ataque de pânico. Foi o que a medica falou, aparentemente Hanna teve um ataque de pânico sem explicação.

Quando a deixei no quarto de manhã ela dormia tranquila com um semblante feliz no rosto, imaginei que ela estaria tendo algum sonho bom.  Fui até a cozinha pegar comida pra ela e quando voltei, Hanna estava agonizando, sem ar e mesmo que a chamasse ela não respondia, até desmaiar em meus braços.

A trouxe até a enfermaria e o doutor Falcone a examinou e colocou um balão de oxigênio nela e a trouxemos para o hospital, para fazer exames. Depois de varios exames, a médica constatou que Hanna havia tido um ataque de pânico sem motivos aparentes.

Mas tenho certeza que foi por que a fiz minha, Hanna não estava pronta para se entregar a mim e me deixei levar pelo tesão e a tomei, ativando algum gatilho nela que a fez ter esse ataque!

Não deveria tê-la feito minha, não deveria ter cedido ao desejo. Não quando Hanna não entende que não é obrigada a me satisfazer. Não entende suas próprias vontades. Hanna não merece alguém como eu, que não tenho nada de bom a oferecer a ela, ela precisa de alguém que a ame e a ensine a se amar, antes de qualquer outra coisa!

Suspiro sentindo meu peito apertado, entendendo que não vou poder ajudá-la, porque não sei realmente do que ela precisa, nunca precisei cuidar de ninguém, nem mesmo de mim, e não sei até onde Hanna foi torturada, o quanto ela foi machucada!

Então decidi que não posso mais ficar com ela, se Hanna ficar comigo vai sair mais quebrada do que quando a tirei daquele porão, por isso fiz uma ligação para a única pessoa que sei que vai poder ajudar Hanna a superar seus traumas e aprender a viver.

- Shammuel? - sua voz soa surpresa.

- Preciso da sua ajuda com a garota! - suspiro.

- O que ouve? - pergunta séria.

- Não sei como ajudá-la, Catarina, Hanna precisa de alguém que a ajude a superar essa merda. - suspiro olhando ela ainda desacordada.

- Obrigada por confiar em mim, Shammuel, prometo cuidar muito bem dela. - sua voz sai alegre.

- Com algumas condições: não vai expor Hanna a ninguém, vai me dar relatórios diários sobre a evolução dela e vai manter os seguranças ao redor dela! Vou custear tudo, não se preocupe.

- Concordo! - ela fala apressada.

- Vou estar de olho Catarina, se ver que a está machucando ou que a expôs para o seu prazer mato você, e não vai ser uma morte rápida e indolor, está entendendo?

- Estou Senhor Messina! - ela suspira - quando posso ir buscá-la.

- O mais breve possível! 

- Certo, vou só organizar as coisas por aqui e estarei no próximo voo!

- Ok! - desligo o telefone sentindo um gosto amargo na boca. Mas é o melhor pra ela, Hanna precisa ser livre antes de ser de alguém!

Horas mais tarde Hanna acorda, mas não me olha, mantém sua cabeça baixa o tempo todo e não ordeno que ela a levante, porquê sei que só estaria seguindo seu instinto de submissa, por isso saí do quarto para que ela pudesse ficar confortável. 

Perguntei a Marta se ela queria acompanhar Hanna aos Estados unidos e ela aceitou sem pensar duas vezes. Pude ver que ela realmente ama Hanna e vai cuidar dela. No dia seguinte, Catarina chegou e levou Hanna consigo. Hanna não protestou ou pediu para ficar. E mesmo sentindo algo estranho em meu peito, um aperto que me pedia para não deixá-la ir embora, não a impedi, apenas olhei ela indo embora sem me olhar uma última vez.

Consigliere - Renda-se ao Prazer...Onde histórias criam vida. Descubra agora