Consigliere - Renda-se ao Prazer...

Saudades de mim?

Hanna

Suspiro feliz ao ver meu reflexo no espelho, vestida no vestido que Minha senhora me deu, que Catarina me deu. Ela me pede para chamá-la apenas de Catarina quando estamos fora do quarto de dominação e eu a obedeço.

Ainda sinto dor quando lembro do porão e quando sinto falto do meu mestre, não, ele não é mais meu mestre e preciso sempre me lembrar disso, mesmo que queira que ele seja. Em todas as vezes que grito com a dor que me toma, a dor do chicote não me alivia, então Catarina precisa me apagar com remedios para parar de doer meu corpo.

Já fazem seis meses que não vejo meu mestre, digo, Shammuel. Não me sinto sozinha, apesar de sentir muita falta dele, Marta sempre está comigo e Catarina também. Agora ja falo melhor, ainda travo em algumas palavras, mas consigo me fazer entender.

Despois que comecei as sessões de terapia com Catarina ja me sinto mais confiante. Ja entendo que não preciso obedecer fora do quarto de dominação e que posso dizer o que sinto e o que penso sem medo! Ela é boa comigo, me ensinou meus limites e que não preciso de tanta dor para sentir alívio.

Marta me leva para passear todos os dias e agora ver as servas na rua conversando com homens não me dói mais. Minha senhora me explicou que o que passei no porão não foi bom, que o que madame Williams me fez era ruim.

- Vamos minha querida? - Marta entra no quarto e sorri para mim e sorrio de volta para ela.

Ela está bonita, vestida em um vestido verde com flores brancas. Catarina me explicou que esse sensação boa que sinto no meu coração quando vejo Marta se chama carinho, porque ela representa a figura materna que eu não tive. Às vezes ainda sonho com a garotinha feliz ao lado da mulher bonita, que agora sei era minha mãe, e fico feliz com a felicidade delas. Mesmo que o sonho sempre termine no porão e Catarina precise me dar remédios para parar a angustia e a dor.

Quando cheguei aqui em NY, é como Catarina chama, não consegui sair da cama por dias. Sentia angústia e tristeza por meu mestre ter me dado a ela. Eu sabia que foi porque ele precisou me levar ao hospital depois de me possuir. Eu vi no olhar dele que aquilo não deveria ter acontecido, fui eu quem o forcei.

Quando estou em seção com minha Domme preciso me lembrar dele, da noite em que pasamos juntos para sentir alívio. Catarina me explicou que eu me sinto ligada a ele por ter me salvado do porão e que isso se chama dependência emocional, que é quando você pensa que não consegue viver sem aquela pessoa e que conforme formos avançando no tratamento eu vou me desapegar dele.

Mas não acho que essa tristeza que sinto por estar longe dele vá passar algum dia.

- Porquê está chorando querida? - Marta se aproxima e limpa minhas lágrimas.

- Sinto saudades do meu mestre! - falo com tristeza.

- Eu sei minha criança, também sinto falta de casa, mas vai passar, eu prometo! - sua voz soa carinhosa.

- Hanna quer voltar! - falo o que sinto como Catarina me mandou. Ela me disse que não preciso esconder o que sinto.

- Não pode voltar querida, ele vai machucar você! - Marta me olha aflita.

- Mestre não machuca a Hanna! - afirmo - Cuida da Hanna, dá comida, beija Hanna na boca e também na... - Marta cobre minha boca com a mão. Ela está bem vermelha.

- Não precisa me dizer isso Hanna! - ela fala rápido - é normal sentir saudades de alguém que não vê faz pouco tempo. Mas vai superar isso eu garanto, daqui a pouco nem vai lembrar que ele existiu!

- Mas Hanna não quer esquecer, Hanna quer voltar! - afirmo com tristeza, porque ela não entende que quero voltar para ele, que não vou conseguir viver sem ele?