CHAPTER 65: BRAVE NEW WORLD

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Jughead (On)

Eu me senti emergindo lentamente de um sono profundo e agitado. Minhas pálpebras, pesadas como chumbo, começaram a se abrir com dificuldade, deixando apenas uma fenda estreita de visão. Um leve incômodo se fazia presente, uma persistente sensação de desconforto, conforme meus olhos tentavam se ajustar à claridade que invadia o quarto. A luz suave, difusa, parecia encher o ambiente, como se o sol estivesse quase se pondo, deixando para trás apenas um resquício do seu brilho dourado.

Cada piscada que eu dava era como um esforço deliberado para dissipar a névoa espessa que nublava minha visão. Inicialmente, tudo ao meu redor parecia envolto em um véu opaco, com formas vagas e indefinidas se misturando em um borrão confuso. Mas, a cada novo abrir e fechar de olhos, esse véu começava a se levantar, revelando lentamente o mundo ao meu redor.

As bordas das coisas começaram a se delinear primeiro, como se uma mão invisível estivesse traçando cuidadosamente cada contorno. As sombras difusas que antes dominavam minha percepção foram, aos poucos, se transformando em objetos reconhecíveis. A prateleira de livros, que antes era apenas uma mancha indistinta contra a parede, começou a revelar seus volumes, com capas e lombadas que eu conhecia tão bem. A escrivaninha, antes um simples bloco de escuridão, começou a se destacar com clareza, mostrando as folhas de papel espalhadas de maneira desordenada sobre sua superfície.

Era como se o mundo estivesse emergindo de um estado de hibernação, e cada detalhe, por menor que fosse, começava a voltar à vida diante dos meus olhos. O que antes parecia uma mera mancha sem forma agora revelava suas texturas, suas cores e até mesmo suas imperfeições, como se minha visão estivesse lentamente se sintonizando com a realidade ao meu redor, tornando cada elemento mais nítido e definido.

CASA DO JUGHEAD

Sr. Jones: Sim, ele ainda não acordou… — a voz do meu pai parecia cansada, como se cada palavra carregasse o peso de horas de preocupação. Ele deu uma pausa, talvez ouvindo do outro lado da linha — Tudo bem, quando ele acordar, eu ligo para você... — sua voz era baixa, quase um sussurro — Até logo — o som do celular sendo desligado ecoou suavemente no quarto silencioso

Jughead: Pai? — minha voz saiu mais fraca do que eu esperava, mas foi o suficiente para chamar sua atenção

Sr. Jones: Jughead! — ele se virou rapidamente, seus olhos demonstrando um grande alívio ao me ver acordado — Como você está? Se sente bem? — sua preocupação era evidente em cada linha do seu rosto, o tom de voz carregado de cuidado

Jughead: O que... O que aconteceu?

Sr. Jones: Os Serpentes souberam o que você fez — ele começou, a voz embargada com uma mistura de orgulho e tristeza — Eles saíram da toca e foram atrás dos Canibais. Você teria se orgulhado — uma pausa pesada se seguiu — Parecia que íamos ganhar, mas no final... havia muitos Canibais. Muitos mais do que esperávamos.

Jughead: Por quê? Por que lutaram?

Sr. Jones: Para vingar você.

Jughead: Eu fiz um acordo com o Hiram Lodge.

Sr. Jones: Não tinha como impedi-los. Eles estavam agitados por causa de você e do Fangs.

Jughead: A noite do tumulto foi uma armadilha do Hiram para iniciar uma luta entre os Serpentes e os Canibais.

Sr. Jones: O Sunnyside Trailer Park acabou, meu trailer ainda está lá, mas a maioria queimou. Depois da luta… — ele hesitou, como se as próximas palavras fossem difíceis demais de serem ditas — Alguns Serpentes abandonaram. Eles se juntaram aos Canibais, outros foram presos, muitos se esconderam. O resto saiu da cidade — respirou fundo, como se estivesse tentando reunir forças para continuar — Os Serpentes não existem mais. Tivemos nosso tempo. Agora... não há nada a fazer, a não ser ficar bem e apoiar a Betty.

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