CHAPTER 61: TOTAL ECLIPSE PART I

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Scott (On)

Quando abri os olhos, tudo o que conseguia ver era uma luz branca e turva, distorcida pela água que me envolvia. Havia uma estranha sensação de estar perdido, como se estivesse flutuando em um sonho vívido, mas ao mesmo tempo desconfortavelmente real. Num súbito impulso, me ergui da banheira, fazendo com que a água se derramasse em cascatas pelo chão imaculadamente branco. A luz continuava a me cegar, mas agora era acompanhada pelo som gotejante e pelo frio cortante que assaltava minha pele.

Meus pulmões clamavam por ar e, ao inalá-lo, senti a explosão de vida em meu peito, que subia e descia rapidamente. Olhei ao redor, ofegante, e vi Allison, Stiles e Jughead, todos igualmente encharcados e confusos, emergindo de suas próprias banheiras. A sala em que estávamos era vastamente branca, quase etérea, e refletia a luz de maneira que fazia o ambiente parecer interminável. Cada passo que dávamos era um lembrete do frio que nos envolvia, enquanto gotas d'água pingavam incessantemente de nossas roupas.

Ninguém ousou quebrar o silêncio com palavras. Havia uma compreensão mútua, uma conexão invisível que nos impedia de falar. Em vez disso, seguimos com os olhos até o centro da sala, onde um enorme tronco de árvore cortado se destacava contra a brancura opressiva.

Caminhamos em direção ao tronco, cada passo ressoando no chão como se o mundo estivesse segurando a respiração. À medida que nos aproximávamos, os detalhes do tronco se tornavam cada vez mais nítidos. Era uma árvore antiga, coberta de musgo e pequenas plantas que emergiram das rachaduras em sua superfície. A madeira exalava uma aura de mistério e poder, como se carregasse em si um passado que transcende o tempo.

Quando toquei o tronco, uma sensação de familiaridade me invadiu. A sala branca desapareceu, substituída por memórias do passado. Eu estava de volta ao lugar onde vi a árvore pela primeira vez. Vi Allison e Stiles seguindo o mesmo caminho, suas expressões refletindo a mesma mistura de choque e reconhecimento.

Jughead, por outro lado, foi levado a um lugar diferente, uma espécie de porão escuro e abafado. Lá, ele viu Peter e Derek mais jovens, se escondendo, como se temessem serem descobertos. O silêncio deles era carregado de tensão, como se o menor som pudesse desmoronar o abrigo de segurança. Um barulho sutil quebrou o silêncio, e Peter caminhou até a entrada do porão, se deparando com Jughead, quando ele ainda era uma criança.

A visão dele como criança trouxe uma nova dimensão ao que estava acontecendo. Todos desapareceram em um piscar de olhos, e Jughead foi transportado para a floresta, envolta pela escuridão da noite. O tronco cortado estava lá, solene e imponente, o convidando a se aproximar.

Ao atravessar a entrada, ele encontrou Derek segurando Paige em seus braços. A cena era carregada de uma dor palpável, um eco do sacrifício que Derek foi forçado a fazer. A voz de Derek, trêmula e desesperada, perguntou: "o que está acontecendo com ela?". Jughead estava revivendo a noite em que Derek tirou a vida de Paige, um ato de sacrifício que, involuntariamente, deu poder ao Nemeton. O sacrifício de uma Virgem.

De repente, tudo ao nosso redor estremeceu, como se o próprio tempo se contorcesse e se distorcesse ao nosso redor. O mundo desabou em um turbilhão de sensações, e fomos arremessados de volta para debaixo d'água. Mais uma vez, nos levantamos de uma vez só, a água jorrando em torno de nós enquanto voltávamos para a realidade.

Saímos das banheiras, e o ar gelado dominou nossos corpos. Nossos corações ainda batiam freneticamente, a respiração desregulada ecoando na clínica veterinária. Estávamos de volta, mas as lembranças e as emoções ainda queimavam em nossas mentes, nos lembrando do poder e do preço do Nemeton.

CLÍNICA VETERINÁRIA

Deaton: Bem-vindos de volta à terra dos vivos. Como vocês estão se sentindo?

RIVERDALEOnde histórias criam vida. Descubra agora