RIVERDALE

CHAPITRE 68: HALLOWEEN

Scott (On)

A noite era carregada de uma escuridão opressiva na Floresta Fox. O vento assobiava entre as árvores altas, fazendo as folhas dançarem de maneira inquieta, como se estivesse sussurrando segredos sombrios. O céu estava parcialmente coberto por nuvens densas e pesadas, que vagavam lentamente, obscurecendo de vez em quando o brilho prateado da lua. As poucas estrelas visíveis brilhavam como testemunhas silenciosas do horror que se espalhava pela floresta.

Cada passo de Jughead ressoava com o estalar das folhas secas sobre seus pés, um som que cortava o silêncio à sua volta. O ar gelado queimava seus pulmões, e pequenas nuvens de vapor saíam de sua boca cada respiração ofegante. Seu peito subir descia de forma descompassada, refletindo o caos interno que dominava sua mente. Suas mãos, cobertas de sangue, tremiam descontroladamente.

Ele não sabia de quem era o sangue, mas o peso da culpa parecia esmagar sua alma a ponto de quase perder o equilíbrio. No chão, rios de sangue serpenteavam entre as árvores, tingindo as folhas que outrora eram douradas, agora encharcadas de vermelho.

Em uma clareira, Jughead encontrou vários corpos espalhados. Pessoas que ele conhecia, que ele amava, estavam jogadas ali, sem vida, sem esperança. Um calafrio percorreu sua espinha ao reconhecer os rostos despedaçados de seu pai, FP Jones, e do pai de seu melhor amigo, o Sr. Andrews, ambos irreconhecíveis pela carnificina que os havia acometido. A carne estava rasgada, os ossos expostos. A visão de duas figuras paternas, homens que ele tanto respeitava, agora reduzido a um cadáver dilacerado, foi como uma facada no coração.

Mais a frente, seus olhos encontraram Archie e Veronica, lado a lado, ambos cobertos de sangue, os rostos voltados para céu, vazios e imóveis. A mão de Archie, outrora firme e protetora, agora repousava sem vida sobre o corpo de Veronica, como um último gesto de cuidado em seus momentos finais. Não havia sequer um vestígio de vida em nenhum deles.

O horror da cena começou a sufocá-lo, enquanto ele tentava controlar o crescente pânico. Mas foi o que ele viu em seguida que o destruiu por completo.

No meio dos corpos, parcialmente coberta pelas folhas ensanguentadas, estava Betty Cooper. O cabelo loiro manchado de sangue, a pele outrora radiante agora pálida como a morte. Jughead cambaleou, o mundo ao seu redor começou a girar. Um rio de lágrimas inundaram seus olhos, mas elas se recusam a cair, presas por uma dor que ele não conseguia expressar. Seu coração apertava em agonia, cada batida uma tortura, enquanto um nó grotesco se formava em sua garganta, o impedindo de gritar. O chão parecia ceder sob seus pés, como se a própria terra quisesse engoli-lo em desespero.

Ele tentou andar, mas seus passos eram pesados, lentos, como se a gravidade estivesse dobrada, tentando segurá-lo no lugar. Seus olhos continuavam a varrer o campo de morte ao seu redor, e ele viu mais rostos que jamais queria encontrar ali: Stiles, Lydia, Allison e inclusive eu, Scott McCall. Todos nós estávamos caídos, nossas vidas ceifadas por uma força cruel e implacável.

Derek estava deitado de bruços, sua mão esticada em direção ao corpo de Isaac, como se estivesse tentando protegê-lo até o fim. Ethan e Aiden, seus irmãos, estavam juntos, o sangue de ambos misturados em último elo trágico. Jellybean, sua irmã mais nova, a luz de seus olhos, jazia próxima a Deaton e Jackson Whittemore, todos mortos, como se tivesse encontrado seu fim lado a lado.

Jughead desabou de joelhos, o frio da terra se infiltrava em sua pele, mas ele não sentia mais nada além da dor esmagadora. A floresta parecia pulsar com uma energia maligna, como se estivesse viva, rindo silenciosamente da sua desgraça. O som do vento aumentava, se tornando um uivo assombroso, que ecoava em sua mente, tornando a cena ainda mais macabra.

O vento, antes apenas uma brisa fria, parecia agora carregar algo mais ameaçador. O farfalhar das folhas ao redor começou a se intensificar, mas não era apenas o vento. Jughead congelou ao ouvir passos, lentos e assustadores, se aproximando por entre as árvores. O ar ao seu redor parecia mais denso, quase como se estivesse sendo sufocado pela própria floresta. Ele levantou a cabeça lentamente, seus olhos desesperados tentando perfurar a escuridão opressiva à sua frente. Foi então que ele viu.