RIVERDALE

CHAPTER 74: THE FOX AND THE WOLF

Scott (On)
_________________________________________

FLASHBACK (On)

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 1943

Em meio à escuridão da noite, o som abafado de botas pisando na lama quebrava o silêncio inquietante do campo. O cheiro de sangue e pólvora ainda estava impregnado no ar enquanto Merrick e Hayes trabalhavam em silêncio tenso. O corpo frio de um soldado sem vida foi retirado do carro com um baque surdo, a morte sempre presente, sempre observando. Merrick, com o olhar perdido em algum ponto entre o real e o absurdo, tentava preencher o vácuo da situação com palavras.

Merrick: Existe uma resposta, eu juro — disse quase animado demais para a morbidez da situação — Vamos lá, apenas tente. O que se quebra sem ser segurado?

Hayes, ao contrário, estava imerso no peso da realidade, a boca apertada em uma linha fina de desgosto.

Hayes: Não estou nem aí — respondeu friamente, sem nem olhar para Merrick

Marrick: Uma promessa — respondeu sua própria charada — Entendeu? — Hayes, segurando a raiva contida, resmungou entre dentes

Hayes: Não, não entendi. É estúpido — disse observando enquanto mais um corpo era tirado do carro — Nada disso é engraçado.

Merrick, ainda tentando aliviar o clima sombrio, ignorou o tom de seu companheiro e continuou com sua próxima charada.

Merrick: O que tem dentes e não morde? — Hayes olhou para ele com os olhos queimando de irritação

Hayes: Dá pra calar a boca? — rosnou enquanto jogavam mais um corpo no chão com um baque surdo

Merrick: Vamos lá — insistiu, tentando provocar algum tipo de reação — Essa é boa. O que tem dentes e não morde? — enquanto ele terminava de ajeitar o corpo no chão, olhou de relance para Hayes — Um pente.

Hayes: Essas piadas são estúpidas — sua voz era um misto de frustração e exaustão

Merrick: Não são piadas. São charadas. E a minha namorada, que está lá em casa, adora — eles voltaram para pegar o próximo corpo — O que tem um pescoço, mas sem cabeça?

Hayes: A sua mãe — respondeu com sarcasmo, tentando cortar a conversa ali

Merrick: Uma garrafa.

Eles terminaram de retirar os corpos do carro. Merrick se afastou para pegar um galão de gasolina, mas Hayes notou algo estranho. Seu olhar se fixou em uma figura na escuridão, envolta em bandagens. O corpo estava todo enfaixado, mas havia algo de profundamente perturbador nele. Aquele homem deveria estar morto, mas ali estava, de pé, se movendo.

Hayes: O que é isso? — sussurrou, seu tom agora transbordando descrença. Ele olhou mais de perto, seu coração disparando no peito — Merrick… — sua voz tremeu, agora em pânico — Dá o fora daqui!

Antes que Merrick pudesse reagir, Hayes sacou sua arma, apontando para a figura que avançava em sua direção. Ele disparou, os tiros ecoando no ar pesado da noite, mas o corpo continuava avançando, implacável. Hayes praguejou, o medo o dominando.

Hayes: Droga! — gritou, enquanto um homem enfaixado se aproximava

De repente, a criatura agarrou a arma de suas mãos com uma força desumana e, em um movimento fluido, disparou contra ele. Hayes cambaleou, o choque e a dor o atingiram de uma vez só. Merrick, em pânico, lutava para abrir a porta do carro, seus dedos trêmulos.