42 - Carente e sem vergonha. 🌶️🌶️🌶️

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Capítulo para maiores de 18 anos, lembrando aos leitores que se esse tipo de conteúdo te constrange por favor não leia.

- Fabrine sua mãe te chamou - digo quando abro a porta, mas Brie está usando fones de ouvidos e conversa com uma garota pelo computador - Fabrine?

Chamo sem querer chegar mais perto, conviver com uma pessoa cega te faz pensar em muitas coisas, entre elas que aquele susto simples de alguém aparecer quando se menos espera deve ser horrível para quem não pode ver. Não sei se a pessoa do outro lado câmera também é cega, mas em todo o caso bato novamente na madeira.

- Brie? Sou eu, Frederico. - finalmente ela olha para trás e sorri.

Seus olhos perdidos me dizem que ainda não ouviu minha voz, se tivesse levantaria um pouco mais a cabeça na direção do som. Ela aperta um botão e cuidadosamente retira o fone de ouvido colocando-o sobre a mesa.

Sei que seus gestos nasceram da experiência, provavelmente quebrando, esbarrando e tropeçando em coisas, mas acho essa delicadeza elegante. Nós fazemos tudo às pressas, mas ela não, tudo é devagar, não me canso de observar, seus pés caminham na minha direção até que pára.

- Oi Frederico.

- Oi, tudo bem? - me aproximo e ponho as mãos na sua cintura.

A gatinha tem uma barriguinha sarada que pede atenção.

- Eu achei que você tava exagerando! - grita a voz no computador - Ele saiu de onde?

Fabrine sorri e roça o rosto no meu pescoço, fez isso bastante enquanto transávamos, deve ser sua manifestação de afeto, como a da Isa era beijar o canto da minha boca o tempo todo.

- Frederico essa é minha melhor amiga, Milena, mas você pode chamar de Mili. - Fabrine fala olhando para cima, na direção da minha respiração.

- Prazer Milena! - digo acenando para a garota de rastafári do outro lado da tela.

- Caracas, amiga! Boy, fala meu nome de novo! - a garota pede e sorrindo Fabrine esconde a cabeça no meu peito.

- Milena - repito - falei errado?

- Não, eu disse que sua voz é bonita, acho que ela tá confirmando.

- Amigaaaaa, ele tá aprovado! - a garota aplaude sorridente do outro lado - Oi Frederico, é um prazer, nos últimos dias eu ouvi falar maravilhas suas. - a mina termina no seu carregado sotaque carioca.

- Prazer. - respondo relativamente acanhado.

Levando em consideração que todas as interações que eu tive com a Fabrine terminaram em amassos, a amiga deve saber um bocado de mim. Eu até tentei me comportar nos nossos encontros, mas ela queria voltar pra cá e quem sou eu pra resistir?

- Mili por favor, não vai falar demais!

- Pode agradecer a mim por essa sobrancelha linda! - a garota comenta e Fabrine sorri.

Tomo seu rosto, observo a sobrancelha bem feita e sem nenhum pelo fora do lugar. Não falo nada, tenho irmãs, sei que garotas ajustam os pelos no corpo, mas a Fabrine tem um sorriso carinhoso, os peitos em gota e a barriga chapada, eu nem notei que a gata tinha sobrancelha, que dirá se era bem feita!

- Ela é toda orgulhosa. - explica na sua voz baixa - quando nos conhecemos eu usava naturalmente.

- E é diferente? - pergunto pra ser educado, não faço ideia de pra onde essa conversa vai.

- A sobrancelha dela é daquelas que juntam, um horror!

Fabrine esconde o rosto e a amiga sorri.

- Sua mãe saiu - digo para que a amiga ouça - será que temos tempo para uns amassos?

Fred 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora