"Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia"
- William ShakespeareCatherine Pembroke
A noite do baile me deixou em uma inquietação que poucos poderiam compreender. Quando finalmente me permiti adormecer, a imagem de Henry Blackwood invadiu meus sonhos, misturando-se à realidade de uma forma tão vivida que me vi despertando inúmeras vezes, o coração agitado, a respiração irregular.
Como poderia ser possível que aquele homem, tão insuportavelmente presunçoso, se infiltrasse em meus pensamentos com tamanha insistência? Talvez porque ele fosse a antítese de tudo o que esperavam de mim e, ao mesmo tempo, exatamente o que eu não sabia que desejava.
Pela manhã, enquanto o sol começava a rasgar o véu noturno, uma batida apressada na porta de meu quarto interrompeu meus pensamentos tortuosos. O som de um pergaminho sendo empurrado por debaixo da porta, um pequeno rolo de papel dobrado e selado com cera, com um lindo brasão da família Blackwood. Rombi o selo sem hesitação, o papel leve e delicado entre os dedos.
" Encontre-me no parque de Richmond, ao meio-dia"
As palavras de Henry eram simples, diretas, e eu não pude deixar de sorrir ao lê-las. Era típico dele, claro, escolher um local que fosse motivo de sussurros e escândalos entre as senhoras da sociedade. O parque Richmond, conhecido por ser um refúgio para encontros amorosos clandestinos e cochichos proibidos, era um lugar que eu normalmente evitaria, mas, por algum motivo, a ideia de encontrá-lo lá era mais do que intrigante. Ele parecia ter um talento natural para tornar o impróprio irresistível.
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O Libertino e a Dama Indomável
RomanceSinopse 🍂 Na Inglaterra de 1797, onde as convenções sociais determinam os destinos das mulheres, Catherine Pembroke, uma jovem inteligente e de espírito livre, se vê encurralada por sua família para um casamento indesejado com um homem muito mais v...