O veneno das mentiras 🍂

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"O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores; o presente, sempre pior."
- William Shakespeare



Henry Blackwood

Tive de me ausentar de Londres por razões que não me agradam, mas eram necessárias. Depois da ameaça velada de Harrington, fui forçado a me retirar da cidade. Não queria dar-lhe o prazer de pensar que vencia esta batalha, mas era evidente que algo de podre rondava sua nobre reputação. Assim, parti para Hertfordshire, uma cidade rural nas cercanias, onde poderia encontrar informações mais detalhadas sobre aquele maldito.

A ausência de Londres sempre me pareceu um alívio. O peso da vida social, as exigências das festas, os olhares de julgamento - nada disso me incomodava quando estava afastado. No entanto, desta vez, essa retirada me afligia. Era como se algo tivesse ficado para trás... Não, alguém.

Catherine Pembroke.

Os dias sem ela pareceram mais longos do que o habitual. Três dias se passaram desde que deixei Londres, e, desde então, não houve um momento sequer em que sua imagem não invadisse meus pensamentos. Aquela mulher, tão diferente de todas as outras que conheci, agora assombrava meus sonhos e minha vigília. Eu deveria ter lhe dito algo antes de partir, deveria ter explicado, mas não havia tempo. Harrington poderia estar tramando algo naquele exato momento. Eu precisava agir com rapidez e discrição.

Felizmente, minha intuição não estava errada. O Lorde Harrington, o nobre homem que a sociedade tanto admirava, estava envolvido em um escândalo de proporções muito maiores do que imaginei. Descobri uma investigação que estava sendo mantida em segredo, algo relacionado a suas ex-esposas. Mortas, desaparecidas, ou sabe-se lá o quê. O fato é que onde há fumaça, há fogo, e Harrington estava prestes a ser consumido por suas próprias chamas. Contudo, os detalhes ainda me escapavam. Oliver, além de ser um grande amigo é um homem de contatos vastos, e assegurou-me que traria mais informações em breve. Eu confiava nele, sempre fora um excelente espião, se assim posso chamá-lo.

Mas, mesmo diante da expectativa de destruir Harrington e afastá-lo para sempre de Catherine, algo não me deixava em paz. Meu entusiasmo com a investigação não conseguia sufocar a angústia que me tomava cada vez que pensava nela. Como estaria Catherine? E se Harrington já tivesse tentado algo enquanto eu estava fora?

Essas perguntas me torturavam, mas continuei a fazer o que era necessário.

Essas perguntas me torturavam, mas continuei a fazer o que era necessário

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