Confronto e planos 🍂

7 2 13
                                    

“É muito melhor viver sem felicidade do que sem amor”
— William Shakespeare

Catherine Pembroke

Após o nosso encontro no parque, o dia se arrastou com a monotonia habitual da vida social da Inglaterra. No entanto, uma nuvem escura pairava sobre mim. A visita inesperada de Lorde Harrington chegou como um furacão em meio à calma, interrompendo meu momento de reflexão.

Ele apareceu à tarde, com uma expressão de raiva que não podia ser disfarçada. Encontrei-o na sala de estar, onde ele esperava por mim, a face de um homem que se considerava injustamente ofendido.

— Catherine, — começou Lorde Harrington, sua voz firme e carregada de uma irritação palpável. — O que você tem a dizer sobre a sua recente excursão ao parque com Henry Blackwood?

— Ah, sim, — respondi, com um sorriso que beirava o sarcasmo. — Parece que meus passeios ao ar livre se tornaram um tópico de grande preocupação para você. Talvez eu devesse ter consultado você antes de decidir desfrutar de uma tarde no parque.

— Não é uma questão de simples passeio, Catherine, — ele retrucou, os olhos brilhando com uma mistura de fúria e indignação. — Henry Blackwood é um homem sem escrúpulos, um libertino que se recusa a seguir as convenções da nossa sociedade. É um insulto a sua reputação que você se envolva com alguém tão desprezível.

— Ah, sim, — repliquei, mantendo a voz ácida e sarcástica. — Porque, naturalmente, qualquer contato com alguém que não se encaixa em seus moldes rígidos deve ser um escândalo. Como se minha reputação dependesse da aprovação de um homem que mal conhece a diferença entre civismo e preconceito.

— Não se trata de aprovação, mas de decoro e respeito, — Lorde Harrington disse, sua voz elevando-se. — Eu e seu pai não podemos permitir que você continue a ver esse homem. Você está comprometida e deve honrar o acordo. Eu não permitirei que você comprometa o nosso futuro com seus caprichos.

A discussão se intensificou, e eu me vi cada vez mais afiada, minha língua cortante em resposta ao seu comportamento impertinente. Quando a conversa finalmente chegou ao fim, eu estava exausta e irritada, mas, ao mesmo tempo, uma faísca de determinação começava a crescer dentro de mim.

 Quando a conversa finalmente chegou ao fim, eu estava exausta e irritada, mas, ao mesmo tempo, uma faísca de determinação começava a crescer dentro de mim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

No dia seguinte, o clima dentro da mansão Pembroke estava carregado. Sir Edward entrou na sala de estar, e eu soube imediatamente que ele estava ciente da visita de Harrington. Ele não perdeu tempo em me confrontar.

— Catherine, — ele começou, sua voz grave e inflexível. — Ouvi falar do tumulto causado pela sua escapada com Henry Blackwood. Você realmente acredita que pode agir dessa forma e não enfrentar consequências?

— Ah, pai, — respondi com um tom ácido, — porque é claro que minha felicidade e meus desejos devem ser subordinados ao seu senso rígido de dever e reputação. Eu devia mesmo esperar que você apoiaria minha liberdade de escolha.

— Minha preocupação é com sua reputação e seu futuro, — Sir Edward retrucou, o olhar severo — Henry Blackwood é uma má influência, e não posso permitir que você se associe a ele.

— Permitir ou não permitir, — murmurei, com uma pitada de sarcasmo, — ainda parece que minha vida não é inteiramente minha para decidir.

Com a conversa terminada e a frustração ainda pulsando em minhas veias, eu precisava de uma saída, uma forma de seguir meu próprio caminho, mesmo que por um breve momento. A noite se aproximava, e eu sabia exatamente o que precisava fazer.

No crepúsculo, procurei Jane, minha fiel criada, e entreguei-lhe o bilhete que tinha preparado para Henry

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

No crepúsculo, procurei Jane, minha fiel criada, e entreguei-lhe o bilhete que tinha preparado para Henry. Jane olhou para mim com uma expressão de curiosidade e preocupação.

— Senhorita Catherine, — começou Jane, com um tom hesitante, — como devo encontrar o Sr. Blackwood para entregar este bilhete? Não é exatamente uma pessoa fácil de localizar.

— Ah, Jane, — respondi com um sorriso zombeteiro, — sendo um libertino, Henry tende a frequentar os locais mais... variados. Suponho que tabernas e bordeis sejam os locais mais adequados para encontrá-lo. Se você fizer uma busca nesses lugares, há boas chances de encontrá-lo.

Jane olhou para mim com um leve rubor e um olhar de perplexidade.

— Muito bem, senhorita. Vou fazer o melhor que puder para localizar o Sr. Blackwood.

Com Jane partindo para cumprir a missão, eu me senti um pouco mais aliviada. O bilhete estava a caminho, e a esperança de ver Henry novamente se tornava uma perspectiva cada vez mais real. O plano estava traçado, e eu aguardava ansiosamente pela noite seguinte.

Caro Henry,

Parece que a vida em Londres está cheia de surpresas inesperadas, como a visita de Lorde Harrington e a constante vigilância de meu pai. No entanto, para meu deleite, eu ainda mantenho um pequeno ato de rebeldia em meu repertório. Portanto, encontro-me na noite seguinte na velha cabana de chá perto da ponte de Wapping. É um local isolado, ideal para uma conversa onde as convenções não são bem-vindas. Não se preocupe com o zelo dos guardiões da moralidade; vou garantir que nossa reunião não seja perturbada.

Com um toque de ironia e expectativa,

Catherine

Assim, com o plano traçado e o bilhete enviado, restava-me aguardar. A próxima noite prometia ser um novo capítulo, e eu estava decidida a enfrentá-lo com a mesma bravura e sagacidade que sempre me definiram.

O Libertino e a Dama Indomável Onde histórias criam vida. Descubra agora