Desejos clandestinos 🍂

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“O amor é dos suspiros a fumaça; puro, é fogo que os olhos ameaça; revolto, um mar de lágrimas de amantes… Que mais será? Loucura temperada, fel ingrato, doçura refinada”
— William Shakespear

“O amor é dos suspiros a fumaça; puro, é fogo que os olhos ameaça; revolto, um mar de lágrimas de amantes… Que mais será? Loucura temperada, fel ingrato, doçura refinada”— William Shakespear

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Catherine Pembroke

Nem o chá que Jane me preparou conseguiu acalmar meus pensamentos, Desde que o conheci, Henry Blackwood não sai da minha mente. Seus beijos, seus toques e, principalmente, a promessa de liberdade que ele me ofereceu ecoam incessantemente em minha cabeça, como um chamado impossível de ignorar. Cada vez que tento me convencer de que meus sentimentos por ele não passam de um capricho passageiro, sou invadida por lembranças de seus olhos fixos nos meus, sua voz sedutora me prometendo um mundo onde eu seria senhora de meu próprio destino.

No entanto, o destino parece ter um estranho prazer em zombar de mim. Pois, naquele momento em que meus pensamentos estavam perdidos em Henry, a porta de meu quarto se abriu abruptamente e minha mãe, Eleanor, entrou sem aviso. O brilho nos olhos dela me informou, sem necessidade de palavras, que o assunto seria um que eu desprezava com todas as forças: meu casamento.

— Catherine, querida, precisamos discutir os detalhes do seu matrimônio — disse ela com uma alegria que beirava o grotesco.

Eu, sentada perto da janela, observando a chuva que batia contra os vidros, não me virei para encará-la de imediato. Mantive os olhos fixos na tempestade lá fora, desejando que aquela água pudesse levar consigo todas as minhas preocupações. Sabia que discutir seria inútil. Estava presa. O destino já fora selado. Lorde Harrington seria meu marido, não importava o quanto eu resistisse.

— Por que devemos falar sobre isso novamente? — disse, minha voz pesada de resignação. — Todos sabemos que o casamento vai acontecer, quer eu queira ou não. Não há mais o que discutir, mãe. Apenas esperam que eu me conforme com minha sorte.

— Não seja tão dramática, minha filha! — replicou ela, cruzando o quarto com passos decididos. — Lorde Harrington é um homem de grande prestígio, com uma fortuna invejável! Não entendo por que insistes em demonstrar tanta relutância. Deverias estar emocionada com a oportunidade de te casar tão bem!

Tentei conter o revirar dos olhos, mas falhei miseravelmente. Para ela, casar era o destino final e mais glorioso de qualquer mulher. Já para mim, era uma sentença.

— Emocionada? — virei-me finalmente para encará-la, sentindo o sarcasmo escorrer de cada palavra. — Perdoe-me, mãe, mas não vejo como me emocionar ao ser entregue como um troféu a um homem que desprezo. Harrington pode ter prestígio e fortuna, mas isso não faz dele um homem digno de mim. Ele me trata como uma posse, não como uma companheira.

O olhar de Eleanor endureceu por um momento, mas logo ela voltou à sua falsa doçura.

— Minha querida, és jovem e inexperiente. Com o tempo, aprenderás a aceitar que o casamento é uma união de interesses, não de sentimentos. E Harrington pode te proporcionar uma vida confortável, cheia de privilégios. Deverias estar grata pela oportunidade.

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