A agonia da distância 🍂

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"Aprendi que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu"
- William Shakespeare

"Aprendi que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu"- William Shakespeare

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Henry Blackwood

Era um dia escuro em Yorkshire, e o céu refletia perfeitamente o peso que pendia sobre meu peito. As nuvens pareciam se arrastar pelo horizonte como sombras longas e silenciosas, prenunciando a tempestade que se avizinhava, não apenas sobre as terras, mas também sobre minha própria alma. Minhas preocupações com a propriedade estavam longe de se resolver, e Thomas, meu fiel funcionário, parecia ainda mais angustiado do que eu.

As chuvas incessantes haviam tornado os campos intransitáveis e, com isso, o progresso do cultivo e das construções foi retardado. Ainda assim, a paisagem molhada de Yorkshire não era capaz de apagar da minha mente o pensamento incessante de Catherine Pembroke. Sua imagem parecia perseguir-me dia e noite. O som de sua voz, o brilho de seus olhos, o sabor de seus lábios – tudo estava gravado como uma maldição que eu carregava sem trégua.

Eu temia que seu desprezo fosse inevitável. E a ideia de que pudesse estar perdendo Catherine para sempre me deixava agoniado, mas não havia nada que eu pudesse fazer, exceto esperar. Esperar que as obras da propriedade fossem completadas, que meu dever estivesse cumprido, para então correr de volta para Londres e tentar reconquistar sua afeição.

 Esperar que as obras da propriedade fossem completadas, que meu dever estivesse cumprido, para então correr de volta para Londres e tentar reconquistar sua afeição

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Enquanto me afogava nesses pensamentos, Thomas apareceu na porta da minha sala de estudos, hesitante.

- Milorde, - ele começou, - uma carta chegou para vossa senhoria.

Meu coração disparou. Talvez fosse Catherine. Talvez, por um instante, ela tivesse decidido abrir seu coração e me dar uma chance. A esperança brotou em meu peito como uma flor tímida sob o sol. Peguei a carta rapidamente das mãos de Thomas, e meu coração afundou quando vi que não era de Catherine, mas de sua criada, Jane.

 Peguei a carta rapidamente das mãos de Thomas, e meu coração afundou quando vi que não era de Catherine, mas de sua criada, Jane

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Abri o lacre com dedos trêmulos e comecei a ler:

Senhor Henry Blackwood,

Escrevo-lhe em segredo, sem o conhecimento da senhorita Catherine, pois sinto que é importante que o senhor saiba da atual situação. A senhorita Catherine recebeu sua última correspondência e, devido à profunda mágoa que sente, optou por não lhe responder diretamente.

Ela tomou a decisão de deixar Londres com Lorde Harrington após o casamento, uma escolha que fez em um momento de grande dor e raiva. Não creio que essa decisão tenha sido tomada por desejo próprio, mas como uma forma de escapar da ferida que lhe causou. Eles planejam se retirar para o campo, o que só aumenta a tristeza que ela sente.

Lamento muito ser a portadora de notícias tão desalentadoras. Espero que o senhor compreenda a gravidade da situação e a dor que Catherine está enfrentando.

Respeitosamente, 
Jane Thompson, criada da família Pembroke

As palavras de Jane eram como punhais, cada frase se cravando fundo na minha consciência

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As palavras de Jane eram como punhais, cada frase se cravando fundo na minha consciência. Catherine estava se preparando para deixar Londres... e minha vida. A ideia de perdê-la para sempre, de vê-la se tornar esposa de um homem como Harrington, era um golpe devastador. A culpa me corroía por dentro; fui eu quem a empurrei para os braços dele quando deveria tê-la puxado para os meus.

 A culpa me corroía por dentro; fui eu quem a empurrei para os braços dele quando deveria tê-la puxado para os meus

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Enquanto digeria essas palavras sombrias, virei os olhos para o jornal sobre a mesa. E ali, como um segundo golpe certeiro, estava a notícia que me deixou em um estado de completa irritação: Lorde Harrington apresenta sua noiva, Srta. Catherine Pembroke, em evento político.

Meu sangue ferveu. Não bastava que ele a prendesse em um contrato frio e sem alma, agora ele também a exibia como um troféu para ganhar mais poder e influência. Eu sentia como se uma mão invisível apertasse meu peito até que a respiração se tornasse um esforço doloroso. Ele estava usando Catherine para seu próprio benefício político, e eu estava impotente para impedir.

 Ele estava usando Catherine para seu próprio benefício político, e eu estava impotente para impedir

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Meu desejo de resolver os problemas de minha propriedade nunca foi tão urgente. Eu sabia que, enquanto eu estivesse preso aqui em Yorkshire, resolvendo essas malditas questões de terra e finanças, Harrington se aproximaria ainda mais de Catherine. E ela, mesmo que de má vontade, seria empurrada cada vez mais para os braços dele.

Mas o que poderia eu fazer? Eu precisava de mais tempo. Só esperava que, quando eu voltasse a Londres, não fosse tarde demais para mostrar a Catherine que ela significava mais para mim do que qualquer outra coisa neste mundo. Ela era especial para mim, mais do que jamais ousei admitir.

Fechei os olhos, lutando contra o desespero que ameaçava engolfar minha alma.

- Aguarde-me, Catherine, - pensei com todas as forças que me restavam. - Aguarde-me, e eu prometo que virarei o mundo de cabeça para baixo para te mostrar o que há dentro do meu coração.

O Libertino e a Dama Indomável Onde histórias criam vida. Descubra agora