Entre o perdão e o orgulho 🍂

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"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te"
- William Shakespeare

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te"- William Shakespeare

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Catherine Pembroke

A manhã havia sido mais longa do que eu imaginara possível. O sol, escondido por trás das nuvens espessas, parecia conspirar para tornar o dia tão sombrio quanto os meus pensamentos. Henry Blackwood. Aquele nome parecia perfurar minha mente como uma lâmina afiada, repetindo-se incessantemente até que a dor se tornasse insuportável. A cena de Henry, embriagado e desprovido de qualquer resquício de dignidade, ainda se repetia incessantemente em minha mente.. Aquilo era mais do que eu poderia suportar. Durante a noite, mal consegui pregar os olhos; cada vez que tentava me esquecer, a visão dele, cercado por aquelas mulheres de reputação duvidosa... invadia meus pensamentos como um pesadelo vívido. Eu o odiava naquele momento. Ou pelo menos, queria odiá-lo.

Jane, minha fiel criada, interrompeu meus devaneios ao adentrar o quarto, trazendo consigo uma carta. Seus olhos, sempre atentos, procuravam os meus com uma mistura de cautela e curiosidade.

- Senhorita Pembroke, há uma correspondência para a senhorita... de Mr. Blackwood, - disse ela, entregando-me o pedaço de papel cuidadosamente dobrado.

Olhei para o envelope em suas mãos por um momento, sentindo meu coração pulsar de forma desconcertante em meu peito. Aceitei a carta com relutância, e, antes que Jane pudesse se retirar, decidi perguntar.

- O que acha, Jane? Que tipo de homem pede perdão por algo tão infame? Não há desculpa para... aquilo.

Jane, sempre ponderada, inclinou a cabeça ligeiramente, seus olhos fixos nos meus.

- Não sou ninguém para julgar, senhorita, mas talvez o pedido de desculpas seja o primeiro passo para ele reconhecer seus erros. E talvez... ele não seja tão ruim quanto parece.

Soltei um riso seco, quase involuntário.

- Você sempre procura ver o lado bom das pessoas, Jane. Eu, por outro lado, estou cansada de tentar ver algo bom onde claramente não há.

Abri a carta, e meus olhos correram pelas palavras escritas com uma caligrafia apressada e quase desesperada. Henry pedia perdão, afirmava estar arrependido e explicava que precisava afastar-se para resolver problemas em sua propriedade em Yorkshire. Ele dizia que os negócios exigiriam sua atenção por dias. Li aquelas palavras repetidas vezes, tentando encontrar alguma sinceridade nelas, mas a raiva que sentia continuava pulsando, implacável.

- Diz aqui que ele ficará fora por alguns dias... em Yorkshire, tratando de seus problemas, - murmurei, mais para mim mesma do que para Jane, embora eu pudesse sentir seus olhos atentos sobre mim. - Bom, talvez seja o melhor. Um tempo longe para que eu possa esquecer essa tolice de uma vez por todas.

O Libertino e a Dama Indomável Onde histórias criam vida. Descubra agora