Capítulo 10

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POV GUSTTAVO

Emma estava toda irritada e eu estava adorando aquilo. 

Quando a vi com a sua família até acreditei por um momento que o destino estava me dando uma ajudinha a trazendo até mim. Nunca acreditei em destino, pra mim tudo isso é uma bobagem, mas ela estava aqui não estava e isso devia significar alguma coisa. 

Destino ou não, só sei que iria aproveitar essa chance como pudesse. 

_ Vamos Emma!? _ Peço pela décima vez. Já tínhamos dado umas quinhentas voltas pelo parque e eu tentando convencer ela a ir na roda-gigante comigo.Toda vez que eu mencionava a ideia de forçá-la a ir ela começava a tremer, mas logo disfarçava. 

_ De jeito nenhum _ Ela fala olhando para a roda-gigante que estava em movimento. Quando ela deu uma parada lá encima Emma engoliu em seco e voltou a olhar para mim _ Acho que vou embora _ Ela se vira na direção da saída do parque, mas antes que ela possa dar mais que dois passos seguro seu braço a impedindo de se mover. 

_ Não vai não. É só um brinquedo, Emma. Você não vai morrer lá dentro e se isso acontecer prometo que vou fazer um texto bem bonitinho para ler no dia do seu enterro _ Ela revira os olhos e me empurra com o braço enquanto passa por mim. Dou risada da cara dela e ela me olha por cima do ombro com uma expressão não muito feliz, ou melhor, nada feliz. 

_ Só está piorando as coisas _ Cruza os braços e me lança um olhar furioso.

_ Um desafio _ Falo e ela arregala os olhos assim que as palavras saem da minha boca. 

_ Hãm? _ Seu rosto foi tomado por uma careta confusa. 

_ Te desafio a andar no "brinquedo monstruoso" _ Faço aspas no ar e ela revira os olhos. Não consigo evitar um sorriso diante da cena na minha frente. Emma está de braços cruzados, com uma das sobrancelhas arqueadas, a testa está levemente enrugada e os óculos estão pendurados na ponte do seu nariz. Ela levanta o óculos com a ponta do dedo e continuo _ Se for comigo você pode me desafiar a fazer o que você quiser _Concluo. 

" O que você quiser ". Normalmente essas palavras na mesma frase que a palavra desafio me deixam apreensivo, mas não era o caso agora. Emma não tem a mente perversa ao ponto de pensar em uma coisa constrangedora, então estou de boa. Bem que acabei de dar à ela a chance de se vingar por cada momento humilhante que a fiz passar, e pensando bem se fosse eu no lugar dela aproveitaria e aproveitaria mesmo, pensaria em algo extremamente vergonhoso e caia matando encima do desgraçado. Mas como estamos falando da Emma, a nerd estranha que ainda é virgem aos 18 anos e que provavelmente nunca deu um beijo na vida, o máximo que pode sair da sua cabeça inocente é algo tão inocente quanto brincar de amarelinha com um bando de criança. 

_ Aceita? _ Pergunto meio receoso por seu silêncio. Já fazia quase uns cinco minutos que eu estava parado esperando alguma reação da parte dela e até agora nada. 

Será que ela pensou o mesmo que eu e viu nisso uma forma de me fazer pagar por tudo que fiz à ela? 

Lógico que não, apesar dela ser a pessoa mais inteligente que conheço ela não estaria planejando uma coisa dessas. Como já disse, ela é inocente, malditamente inocente. 

Com o indicador Emma ergue os óculos pela ponte do nariz, os recolocando no lugar. Se não me engano já foram dez, ou foram onze? Não sei bem, mas desde que fiz a proposta que Emma brinca com os óculos como se fossem a coisa mais divertida do mundo e isso já estava me deixando com vontade de pegar a droga dos óculos e quebrá-los bem na sua frente para ver se ela parava de fazer aquele movimento que já estava me deixando puto. Talvez essa é a forma dela expressar seu nervosismo e talvez a sua forma de expressar seu nervosismo me deixe bem nervoso. Não sei porque diabos mas aquilo estava me irritando. Queria que ela fosse logo comigo naquele maldito brinquedo e ver o que acontecia, mas a cada segundo do seu silêncio me dava vontade de dar meia-volta, sair dali, fingir que não a conhecia por hoje e amanhã fazer o de sempre, zoar ela e me divertir vendo a cara de medo misturado com raiva que nos últimos tempos tinha se tornado a minha preferida quando se referia à ela. Porém, meu lado racional ou irracional, não sei, alarma, me deixando alerta que aquilo tudo era para ganhar uma aposta e que quando eu vencesse, porque eu iria vencer disso tenho certeza, além do carro eu veria a cara de merda do Diego me entregando as chaves do seu filhinho. Mandei embora a vontade de deixar ela ali, sozinha, enquanto saia de fininho para que ela não notasse o meu sumiço e me concentrei no que realmente era importante, a aposta, a aposta. Repeti essas palavras em pensamento algumas vezes antes de perguntar mais uma vez. 

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora