POV EMMATac
Tac
Tac
Sou despertada de um sono profundo por um ruído estranho e insistente vindo das janelas do meu quarto. Viro na cama, voltando o rosto para o outro lado e abro os olhos, encarando a escuridão que invadia o cômodo, deixando evidente que ainda era noite lá fora.
Minhas pálpebras pesam, confirmando o cansaço de um dia cheio, mas o barulho de pedrinhas sendo atiradas contra os vidros da minha janela continuavam a atrapalhar a minha vontade de abraçar o meu travesseiro e voltar a dormir.
Tac
Tac
Tac
Sento, desistindo de me entregar ao sono, e olho ao meu redor enquanto o meu cérebro processa o que está acontecendo. Tiro o celular de debaixo dos travesseiros depois de ver que aquilo tudo era um tanto estranho e uma vez que a tela é acesa, vejo que passava das onze, o que me deixa um pouco apreensiva com o fato de que tinha alguém batendo incansavelmente na minha janela.
Saio da cama depois de prender os meus cabelos em um coque e pego meus óculos que descansavam sobre o criado-mudo, colocando-os no rosto.
Quando meus pés descalços tocam o chão frio solto um gemido de descontentamento, já que os meus músculos reclamavam do dia cansativo que tive com o Arthur, a Margareth e os seus netos.
Um sorriso passa a ganhar forma nos meus lábios quando lembranças do nosso passeio me vêm à cabeça. Apesar do cansaço por estar na companhia de três crianças agitadas e uma mulher que competia de igual para igual com elas, já que Margareth tinha uma energia que desmentia seus quase sessenta anos de idade, tive uma manhã e um começo de tarde prazeroso e bem divertido.
Margareth é avó de um menino e de uma linda menininha, e como era de se esperar eles são tão carinhosos e agradáveis quanto ela.
A menina, Laurinha, como é chamada carinhosamente pela avó, tem a idade do Arthur e é um poço de simpatia e doçura. Já o menino, Jake, é extremamente cuidadoso com a irmã por ser mais velho e se acha na obrigação de tomar conta da pequena, além de ser um pouco temperamental e genioso, mas não deixa de ser uma criança de sorriso no rosto e riso fácil.
Juntamente com o Arthur os dois se sentiram atraídos com a ideia de transformar o shopping em um lugar propício para brincarem de esconde-esconde, o que explica a dor nos meus pés decorrente dos longos minutos que Margareth e eu rodamos o local a procura dos três.
Tac
Tac
Tac
Calço as minhas confortáveis pantufas do Bob Esponja e hesitantemente caminho até as grandes janelas, onde as pedrinhas eram arremessadas no vidro, provocando aquele barulho irritante.
Puxo um pouco das cortinas roxas, deixando apenas uma pequena fresta que me permite ver uma silhueta masculina em meio à pouca luminosidade que quebrava a noite escura e fria.
Não dava para ver o rosto ou qualquer outro detalhe que me fizesse identificar quem era a pessoa que me importunava a uma hora dessas, já que a distância impedia, então abro mais as cortinas, tendo cuidado para não aparecer no seu campo de visão, e quem quer que seja parece não perceber que estou a observando, pois se abaixa e pega mais algumas pedras do chão.
Quando levanta a cabeça e uma risca de luz atinge seu rosto vejo a última pessoa que eu poderia imaginar que protagonizaria uma cena como essa.
Puxo totalmente as cortinas e ele me ver. Fecho a cara, franzindo as sobrancelhas em uma pergunta silenciosa para o porquê dele estar parado no meu jardim com as mãos cheias de pedrinhas, e ele faz um gesto com as mãos, pedindo para que eu abrisse as janela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Foi tudo uma aposta
RomanceEmma Collins é uma menina estudiosa, ingênua e de coração puro. Considerada a nerd estranha e sem amigos, fazia de tudo para mostrar que não se importava com as ofensas e apelidos que davam à ela, quando na verdade o seu coração quebrava mais um ped...