Capítulo 33

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POV EMMA

Não sei por que permiti que o Gusttavo me beijasse novamente e nem por que deixei que ele me envolvesse em seus braços e me abraçasse como se aquilo fosse certo. 

Eu tinha incontáveis motivos para me manter afastada e não deixar que o meu coração me levasse a tomar decisões que fariam eu me arrepender depois, mas sempre que ele surgia, com os olhos escuros brilhando e com um meio sorriso erguendo sutilmente um dos cantos da boca, todas as coisas as quais eu vinha lutando contra ressurgiam com mais força e intensidade, fazendo-me esquecer qualquer razão que me impedia de deixar que ele se aproximasse por completo.

Quando seus lábios tocaram os meus foi como se o mundo ao redor deixasse de existir. Foi como se uma festa não estivesse acontecendo a poucos metros de distância e como se não estivessemos correndo o risco de sermos pegos em um momento que era para ser apenas nosso.

Era como se existisse somente ele e eu, envolvidos um no calor do outro, sem reservas e sem indecisões. Mas como se fosse um sinal de que nada daquilo era verdade o Marcelo aparece e tudo volta ao normal, deixando-me completamente envergonhada e sem saber o que dizer para consertar a situação constrangedora que havia se formado em poucos segundos. 

Então fiz a única coisa que eu podia fazer. Eu corri. Corri para longe rezando para que o Gusttavo não fosse atrás de mim e me fizesse ficar mais desconfortável do que eu já estava, embora no fundo eu soubesse que não adiantaria eu me afastar, porque quanto mais eu tentava me manter longe mais perto eu acabava ficando e isso não era bom. Não era nada bom.

Pensamentos conturbados rodeavam a minha cabeça, levando-me a uma única certeza. Eu estava apaixonada por ele e não tinha mais como negar aquilo para mim mesma. E o pior é que era tão doloroso admitir. Eu estava morrendo de medo do que aconteceria a partir do momento que eu lhe entregasse o meu coração, já que algo me dizia que depois disso eu nunca mais o teria novamente.

Enquanto atravesso o extenso caminho de pedras lufadas de vento levam os meus cabelos para todos os lados e fazem o meu vestido flutuar. Agarro as laterais, sentindo a suavidade de um tecido que nunca havia tocado a minha pele e forço minhas pernas a se mexerem o mais depressa que conseguissem para que eu saísse dali o mais rápido possível. Para longe dele e de todas as emoções que ele me causava.

_ Emma, espera. _ Suspiro profundamente quando escuto a sua voz e continuo o meu caminho para fora da casa de portões enormes e paredes altas. Ele corre atrás de mim, fazendo-me ouvir o som dos seus passos apressados e sua mão agarra meu braço, deixando minha pele arrepiada, assim como em todas as outras vezes em que ele havia me tocado_ Não escutou eu te chamar? _ Ele pergunta quando se posiciona na minha frente com seu semblante preocupado enquanto me encarava nos olhos.

Mais uma vez, não consigo desviar o olhar. Era como se existisse uma força invisível que me puxava para ele e me prendia na imensidão escuras dos seus olhos, levando-me a um estado de dormência e entorpecimento.

Seus cabelos estavam bagunçados como se ele estivesse percorrido os dedos pelos fios escuros várias vezes seguidas e os olhos apesar de preocupados reluziam em um brilho hipnotizante que me deixava de pernas bambas e coração acelerado.

Ele era tão bonito. Tão bonito que eu não podia deixar de admitir que a sua beleza era algo desconcertante e umas das coisas que me deixava insegura sobre toda a proximidade que ele vinha conquistando em tão pouco tempo. 

_ Você ia embora sem se despedir de mim? _ Ele pergunta, dando alguns passos para frente. Seus olhos estavam tão vidrados nos meus que não consegui negar ao balançar a minha cabeça, dando-lhe a resposta que ele já sabia _ Pensava em ir sozinha? A essa hora da noite? _ Sua expressão se fecha em um sinal claro de que ele não estava contente com aquilo.

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora