Capítulo 34

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POV EMMA

Na manhã seguinte os primeiros raios de sol nem haviam surgido e meus olhos já estavam abertos. Eu havia passado horas rolando na cama de um lado para o outro, tentando dormir pelos minutos que ainda me restavam antes do despertador tocar, mas assim como os meus pensamentos estavam longe o meu sono parecia estar em uma outra dimensão e não tinha a menor pretensão de voltar.

Eu ainda estava custando a acreditar que a noite de ontem tinha realmente acontecido. Que o Gusttavo havia me pedido em namoro e que eu havia aceitado. Mas as mensagens no meu celular eram a prova de que todos os acontecimentos que piscavam na minha cabeça não haviam sido um sonho. Era real. Uma realidade a qual eu iria demorar muito a me acostumar.

Depois que mandei o meu sim tive um pequeno momento de arrependimento e dúvidas sobre o que eu tinha feito. Se eu havia sido precipitada ou tola demais por ter esquecido todo um passado de humilhações e lágrimas derramadas, mas por incrível que pareça esse momento foi logo substituído por um sorriso quando o Gusttavo me mandou uma mensagem de volta dizendo que estava contando os segundos para me ver, dessa vez como a sua namorada.

Isso era novo para mim. E estranho. Muito estranho. 

Eu não sabia o que fazer, falar ou como agir quando ele estivesse na minha frente, e embora eu ainda estivesse algum tempo para pensar sobre isso, já que não estudaríamos nesse final de semana e nos veríamos somente na segunda durante a aula, isso estava me incomodando e ocupando um bom espaço entre as minhas preocupações.

Como não havia mais motivos para eu ficar na cama saio de debaixo das cobertas e vou para o banheiro em busca de um banho relaxante e que revigorasse todas as energias prejudicadas por uma péssima noite de sono.

Como hoje era dia de visitar às crianças do hospital, depois de me vestir vou até o quarto do Arthur e me aproximo da sua cama, sentando do seu lado.

_ Hora de acordar, pirralhinho. _ Digo, dando um beijo na sua testa e ele resmunga.

_ Agora não. _ Ele vira para o outro lado, mas logo direciona o rosto para mim e abre um dos olhinhos. _ Tá dodói, maninha. _ Ele empurra as cobertas e ergue a perna, mostrando um joelho machucado.

_ O que aconteceu com o seu joelho? _ Pergunto, segurando a sua perna e avaliando o ferimento, que apesar de não ser profundo estava inflamado e um pouco inchado.

_ Eu caiu da cama bem no chão. _ Ele explica, sentando com cuidado e fazendo uma careta de dor.

_ Como você caiu? _ Pergunto, passando a mão pelos seus cabelos castanhos, tirando os fios que caiam sobre a sua testa.

_ Bincando de pula-pula. Aí eu pulei bem altão e desicalibou e bum. Caiu. _ Ele mira seus olhinhos marejados em mim e o puxo para o meu colo.

_ Você falou para a mamãe ou para o papai? _ Pergunto e ele balança a cabeça negando.

_ Eu nem cholou poque sou um homem gande. Mas agora tá duendo e eu não disse nadinha para a mamãe e o papai poque quelia que você cuidasse de mim. _ Ele diz, abraçando-me e o levo até o meu quarto para cuidar do machucado.

O coloco sentado na minha cama e pego no banheiro a maleta de primeiros-socorros e uma toalha umedecida com água.

_ Vai duê, maninha? _ Ele pergunta quando me agacho a sua frente.

_ Só um pouquinho, mas vai ser tão rápido que você não vai nem sentir direito. _ Falo para tranquilizá-lo e ele estende a perna, segurando-a entre as mãos pequenas.

Passo a toalha sobre o ferimento e ele encolhe a perna, o que não me impede de limpá-lo. Umedeço um pedaço de algodão com antisséptico e ele choraminga quando o encosto levemente no seu joelho.

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora