POV GUSTTAVOSegunda-feira.
Dia da semana que não deveria existir nem por decreto.
Ninguém merece ter que acordar cedo e ver que é apenas segunda-feira, começo de todo o inferno que eu tenho que suportar naquela faculdade devido as vontades do meu querido papai.
Levanto da cama depois de enrolar uns dez minutos e me arrasto até o banheiro. Depois de tomar um banho demorado, do jeito que eu gosto, pego duas toalhas, que a considerar pelo cheiro de lavanda ou alguma merda parecida tinham sido lavadas recentemente. Enrolo uma na cintura e seco meu cabelo de qualquer jeito com a outra, a jogando na pia em seguida.
Mar iria morrer quando visse aquilo. Ela tem mania de querer que eu deixe as coisas todas arrumadas em seu devido lugar como se eu fosse perder meu tempo fazendo isso.
Visto uma calça jeans e uma camiseta preta e passo meu perfume. Pego meu celular e minhas coisas da faculdade e desço para tomar café, onde todos conversavam como se fossem uma linda família feliz, da qual eu não fizesse parte.
Cumprimento a todos por pura educação, já que eu não estava de bom humor para sair por aí distribuindo sorrisos, e sento na cadeira mais longe possível da qual o meu pai estava sentado com uma xícara de café em uma das mãos e o jornal dobrado na outra.
_ Comprou um celular novo? _ Manu pergunta com um sorriso divertido no rosto ao notar o aparelho nas minhas mãos. De certeza que ela estava zombando da minha cara devido ao que o cachorrinho adorável tinha aprontado.
Confirmo, sacudindo a cabeça em afirmativa e me concentro no meu café da manhã.
_ Como está sendo a faculdade, princesa? É tudo aquilo que você queria? _ Meu pai pergunta para a Manu.
Retiro meus olhos do pedaço de bolo que eu estava prestes a colocar no prato e olho para o meu pai, sentado do outro lado da mesa.
_ É muito mais, papai, é tudo fantástico. Estou louca para começar a confeccionar a minha própria coleção de roupas. _ Diz empolgada e observo o modo como os olhos do meu pai brilhavam enquanto a Manu falava.
_ Estou muito orgulhoso da minha menininha. _ Ele levanta da cadeira onde estava e se aproxima da minha irmã, deixando um beijo demorado na testa dela.
Eles continuam conversando sobre as coisas que ela mais gostou e menos gostou durante a primeira semana de aulas e meu pai a olhava sorrindo enquanto lhe dava conselhos para ela se manter firme naquilo que ela queria. Meu pai nunca sequer me mostrou um pequeno sorriso quem dirá dizer que sente orgulho de mim e que está feliz por eu estar seguindo meu sonho.
Antes, quando eu era tolo o suficiente para acreditar em coelhinhos da páscoa, papai noel e esse monte de besteiras sem cabimento, eu tinha a esperança de que algum dia ele pudesse mudar e me tratar da mesma maneira que ele tratava a Manu. Ledo engano. Ele não mudou e assim como eu deixei de acreditar nessas mentiras que os pais contam para as crianças, eu deixei de esperar que no meio da noite ele aparecesse no meu quarto assim como o papai noel em noite de natal e deixasse o meu presente. Eu não queria uma bicicleta, o video-game do ano, um carrinho de controle remoto, eu não queria nada disso, eu só queria que ele me desse um beijo de boa noite assim como eu já tinha presenciado inúmeras vezes ele fazer na Manu. Mas a mesma decepção que eu senti quando eu tinha seis anos e vi minha mãe colocando um embrulho de presente na meia pendurada na cabeceira da minha cama enquanto eu esperava ansiosamente o papai noel entrar pela minha janela, já que eu não tinha chaminé, eu sentia toda noite quando eu escutava os passos dele no corredor, a porta da Manu sendo aberta, minutos depois fechada e novamente os seus passos seguindo o caminho inverso do que dava para o meu quarto.
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Foi tudo uma aposta
RomanceEmma Collins é uma menina estudiosa, ingênua e de coração puro. Considerada a nerd estranha e sem amigos, fazia de tudo para mostrar que não se importava com as ofensas e apelidos que davam à ela, quando na verdade o seu coração quebrava mais um ped...