Capítulo 35

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POV GUSTTAVO

Emma parece nervosa demais enquanto se encolhe no banco do meu carro. 

Desde que chegamos no estacionamento da faculdade, a uns cinco minutos, que ela tem os olhos voltados para a janela enquanto mexe freneticamente os dedos sobre o colo ao mesmo tempo que morde a bochecha com tanta força que eu não me surpreenderia se fizesse sangrar.

Pela forma que ela parece prestes a surtar todas as vezes que alguém passa ao nosso lado sei que ela está assim pelo estado atual da nossa relação, o qual não estarei fazendo o minímo de esforço para esconder.

Ela não gosta de ter as atenções voltadas para si e eu chamo por elas mesmo quando não quero. No entanto, estou pouco me importando se teremos um ou todos os pares de olhos da faculdade postos sobre nós, e por mais que eu queira que a Emma faça o mesmo sei que isso é complicado para ela e que preciso tranquilizá-la.

Olho para ela toda concentrada no que há além dos vidros do carro e alcanço uma das suas mãos inquietas, deslizando os meus dedos pelos seus e apertando-os de leve. 

Seguro seu queixo com a outra mão, trazendo seu rosto para mim, mas fico decepcionado quando ao invés de me olhar ela abaixa os olhos para as nossas mãos unidas.

_ Para com isso. _ Arrasto os nós dos dedos por sua bochecha, acariciando a pele macia e ela levanta os olhos castanhos até os meus. _ Você vai se machucar. _ Continuo fazendo carinho no seu rosto e ela solta a pele da bochecha com certa relutância. 

_ Oi. _ Ela diz baixinho e sorrio ao ouvir a voz suave que eu já estava começando a sentir falta.

_ Oi. _ Solto o seu queixo para levar as mechas de cabelo que caíam pelo seu rosto para trás das orelhas e volto a olhá-la assim que tenho seus olhos completamente livres para mim. _ Está tudo bem? _ Pergunto e ela apenas balança a cabeça negando. _ Quer me dizer o que está fazendo você ficar assim?

_ É que estou com medo do que irão pensar quando me virem assim com você. _ Ela diz, olhando para os nossos dedos ligados uns aos outros.

_ Irão saber que estamos juntos e que não estou mais disponível, assim como você também não. _ Digo, mas ela está tão imersa nas suas apreensões que parece não escutar uma palavra do que digo.

_ E tem ainda estas roupas. _ Ela diz, puxando o tecido do vestido amarelo de florzinhas para baixo.

_ Se você quiser podemos voltar até a sua casa para trocá-lo por algo que seja mais confortável. _ Digo, apesar de torcer para que ela diga não, já que ela estava bonita pra caralho no vestido.

Logo cedo quando mandei uma mensagem para a Emma dizendo que a estava esperando para irmos para a faculdade tive uma surpresa deliciosa quando ela surgiu vestida em um vestido de alças grossas, amarelo e com pequenas margaridas espalhadas por todo o tecido, que parecia flutuar à medida que ela vinha caminhando relutantemente na minha direção. 

O tecido fino marcava o seu corpo nos lugares certos e as pernas que não haviam saído da minha cabeça desde que tive o prazer de vê-las estavam descobertas para a minha apreciação. E somente minha.

Ela estava um espetáculo vestida nele, de todos os modos possíveis, mas assim como eu havia dito outro dia ela realmente ficava linda de qualquer maneira e não eram as roupas largas que mudariam isso.

_ Preciso apenas de um minuto. _ Ela diz com a carinha tão amedrontada que me faz sentir vontade de dar a volta com o carro e tirá-la dali.

Levo o polegar até os seus lábios, massageando toda a extensão da pele macia e rosada e não resistindo às lembranças da sensação de ter a sua boca na minha troco o polegar pelos meus lábios e espalho pequenos beijos pelos seus sem aprofundar o contato. 

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora