POV EMMADepois do almoço subo para o meu quarto para adiantar a parte que o Gusttavo e eu deveríamos estudar à tarde. Quando eu já tinha feito algumas listas de perguntas para que ele pudesse responder o toque de chamada do meu celular ecoa pelo quarto.
Coloco um marcador de páginas no livro de Fisiologia que estava aberto sobre as minhas pernas cruzadas e o fecho, indo procurar o meu celular no meio da bagunça de livros e papéis espalhados pela cama.
Sorrio quando vejo o nome Kate aparecer na tela e logo meu dedo está deslizando pelo aparelho, aceitando a ligação.
_ Oi, Emma. Me desculpa por não ter te ligado antes, mas aconteceram um monte de coisas nessas últimas semanas que me impediram de dar sinal de vida. _ Dispara assim que atendo, sem me dar tempo nem de abrir a boca para cumprimentá-la, e solta um suspiro ao para de falar.
Kate é a única amiga que tenho dos meus tempos de colégio e que possui a minha idade. Nos conhecemos no Ensino Médio quando fui transferida devido ao fechamento da minha antiga escola. Isso aconteceu no meio do ano, então as chances de fazer amizade quando todos já faziam parte de um grupo de amigos eram quase improváveis, sem considerar a minha falta de habilidade em me comunicar com as pessoas.
No entanto, no meu primeiro dia na escola nova uma garota loira e bastante simpática me ofereceu ajuda para encontrar a sala da diretora e minutos mais tarde descobri que estudaríamos na mesma sala. Nesse dia, após o fim das aulas ela me convidou para ir até a sua casa para me passar as matérias que eu ainda não tinha e desde então iniciamos uma amizade esquisita se vista de fora.
Kate era extrovertida enquanto eu reservada e tímida.
Kate andava sempre preocupada com a aparência enquanto eu me satisfazia com um jeans velho e um tênis.
Kate falava com todos enquanto eu fugia deles.
Tudo apontava para o fracasso de uma amizade que ainda nem tinha começado direito. Mas apesar das contradições e dos rumores de que a nossa amizade não seguiria adiante, continuamos unidas até o momento que ela teve que ir embora do país para acompanhar os progressos que o pai vinha alcançando no ramo imobiliário.
A partir de então, as ligações por telefone, via skype e mensagens pelo celular se tornaram cada vez mais frequentes. Até semanas atrás quando ela parou de se comunicar e de atender os meus chamados.
_ Oi, Kate. Como você está? _ Pergunto contente por ouvir a sua voz depois de vários dias sem nenhuma notícia.
_ Muito mal. Acredita que o meu pai bloqueou os meus cartões de créditos, confiscou o meu celular e ainda cortou a internet? E tudo isso porque já faz mais de um ano que terminei o Ensino Médio e ainda não estou fazendo faculdade. _ Diz alarmada e sorrio pelo seu excesso de drama. Desde que me lembro ela sempre foi assim: dramática por natureza até com questões irrelevantes _ Mas tenho uma notícia para te dar e espero que fique feliz. _ Ela faz uma longa pausa, fazendo um suspense e grita _ Estou voltando para atormentar a sua vida, garota!
_ Sério,Kate? _ Indago, mal acreditando no que os meus ouvidos tinham acabado de escutar.
_ Seríssimo. Dentro de alguns dias estou aterrizando no país do qual eu nunca deveria ter saído e já pode ir preparando uma festinha de recepção com muitos garotos lindos e sarados. _ Ela responde, deixando evidente a animação na sua voz.
_ E o seu namorado? _ Pergunto e um suspiro alto soa do outro lado da linha.
_ O Ethan é um desgraçado filho da mãe. O imbecil estava me traindo com uma magrela que se dizia minha amiga pelas minhas costas e ainda teve a cara de pau de dizer que me ama depois que eu flagrei os dois se pegando no meu banheiro? _ Ela solta uma risada sem humor_ Mas é vida que segue e meus pais não me colocaram no mundo para ficar sofrendo por homem nenhum, então aquele idiota faz parte de um passado que já está enterrado e esquecido. E você, Emma, algum gatinho na área? _ Pergunta, mudando de assunto rapidamente.
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Foi tudo uma aposta
RomanceEmma Collins é uma menina estudiosa, ingênua e de coração puro. Considerada a nerd estranha e sem amigos, fazia de tudo para mostrar que não se importava com as ofensas e apelidos que davam à ela, quando na verdade o seu coração quebrava mais um ped...