Capítulo 12

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POV GUSTTAVO

_ Meu filho, acorda senão você vai se atrasar. _ A voz da minha mãe apesar de ser a mais suave que eu conhecia fazia eco dentro da minha cabeça.

_ Mãe, pode falar mais baixo sinto que minha cabeça vai explodir a qualquer momento. _ Peço e abro os olhos mas me arrependo imediatamente por isso. A claridade parecia querer me cegar e as coisas rodando estavam me deixando enjoado. Puxo os lençóis para cima e me cubro por inteiro.

_ Gusttavo, não faça mais isso. Você está saindo toda noite e chegando cada vez mais bêbado em casa. Não vá acabar com a sua vida dessa forma. _ Ela retira os lençóis de cima de mim, mas permaneço de olhos fechados.

_ Mãe, por favor, depois a gente conversa. Minha cabeça está me matando e a sua voz parece agulhadas no meu cérebro. _ Falo o mais baixo possível e se não estivesse com uma ressaca maldita até juraria que ela não tinha escutado.

_ Só quero que você me prometa que não fará mais isso. _ Ela fala com uma voz carregada de preocupação e sinto a necessidade de confortá-la.

_ Está bem, mãe. Eu prometo. _ Prometo mesmo sabendo que não vou cumprir, mas queria que ela parasse de falar e me deixasse quieto curtindo a minha ressaca sozinho.

_ Você sabe que eu te amo, não sabe? _ Concordo com a cabeça e sinto tudo dentro se revirar. Seguro minha cabeça com as mãos e solto um gemido de dor.

_ Olha só o seu estado, Gusttavo. Nunca mais faça isso. _ Me repreende em um tom alto demais para os meus neurônios perturbados.

_ Tá mãe, tá bom. Agora me deixa aqui quieto, por favor. _ Suplico para que ela sai do meu quarto.

_ Já estou saindo. Te amo. _ Ela passa os dedos pelos meus cabelos despenteados e deixa um beijo na minha cabeça.

_ Também amo você. _ Digo e volto a me enfiar debaixo do edredom.

_ Vá tomar um banho e não deixe que seu pai te veja assim. _ Sua voz estava um pouco mais baixa e presumir que ela já estivesse na porta do quarto.

Me limitei a apenas levantar o dedo em sinal positivo.

_ Se precisar de ajuda para ir até o banheiro estou aqui.

_ Obrigada mãe, mas acho que consigo fazer isso sozinho.

Escuto a porta sendo fechada e o barulho irritante do salto dela se afastando.

Ontem sair com os meninos e nem sei como vim parar aqui. Só lembro que saí com uma menina da casa noturna e a levei até o meu apartamento, depois de fazer com ela tudo o que estava disposto a fazer e que ela estava disposta a me dar, a deixei lá sozinha e voltei para a festa. Tenho uma vaga lembrança de ter entrado em uma competição para ver quem bebia mais e depois disso a noite são flashes embaçados na minha cabeça.

Depois de alguns minutos, sento na cama e abro os olhos bem devagar. Pisco algumas vezes e me levanto rápido demais, porque sinto tudo ao meu redor girando. Sento de novo na cama para me recuperar da subida brusca e saio em seguida me apoiando nos móveis. O caminho até o banheiro pareceu longo demais. Segurando na maçaneta da porta, arranco as boxers e jogo no chão. Me arrasto até o chuveiro e entro embaixo da água gelada. Solto um grito abafado ao sentir a temperatura fria entrar em contato com a minha pele quente e fico ali até sentir os meus dedos enrugando. Nem me dou ao trabalho de pegar uma toalha saio do banheiro e vou procurar uma roupa.

_ Gusttavo, não usa mais roupa não! _ Escuto um grito atrás de mim e pego a primeira coisa que vejo na frente e me enrolo _ Nunca pensei que teria que me deparar com você nesse estado logo às sete da manhã, agora vou ficar traumatizado. _ Marcelo fala um pouco dramático demais e se joga na minha cama.

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora