Capítulo 30 Parte III

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POV EMMA

_ Para onde estamos indo? _ Pergunto quando vejo ele fazendo um caminho que não leva à minha casa nem a faculdade. 

Ele vira a esquerda depois de dar sinal e olho para ele, esperando uma resposta. 

_ Para a minha casa. _ Ele responde enquanto tamborila os dedos no volante, despreocupadamente, seguindo o ritmo da música que sai baixinha pelo aparelho de som do carro. 

_ Para onde? _ Pergunto, pensando que ouvi errado. 

_ Para a minha casa. _ Quando abro minha boca para protestar ele ergue a mão me cortando _ A minha casa fica mais perto do que a sua ou do que a faculdade. Temos que estudar para a aula de amanhã e nem eu nem você podemos ir para a biblioteca assim. Também não posso ir para a sua casa, já que isso significa que eu ficaria tremendo de frio com essas roupas coladas no corpo, então não temos opção melhor a não ser ir para a minha casa. 

_ E eu? Posso ficar assim? _ Pergunto. 

_ Eu consigo umas roupas para você vestir enquanto as suas secam. _ Ele responde e volta a olhar para a frente. 

Pouco tempo depois ele entra em uma rua de casas enormes e para na frente de uma delas. Ele aciona um botão e o portão da garagem abre, permitindo a nossa entrada. Ele pula para fora do carro depois que estaciona e abro a porta do meu lado, colocando os meus pés sujos e descalços para fora. 

Encontro o Gusttavo a alguns metros de distância do carro e hesitantemente o sigo enquanto ele cruza o caminho de pedras sobre o gramado verde e bem aparado e sobe os poucos degraus que levam até a grande porta de madeira da mansão de três andares. 

Ele gira a maçaneta e espreita por cima do ombro quando deixo de segui-lo. 

_ Vai sujar o chão de lama. _ Digo, olhando para o piso límpido e brilhante. 

_ Depois eu limpo. 

_ Você? _ Pergunto, levantando a sobrancelha em desconfiança e ele abre um sorriso ao alcançar minha mão e me puxar para dentro. 

O interior é tão bonito quanto a parte de fora. O saguão é iluminado com um grande lustre pendurado no teto e os poucos móveis que ficam nessa parte são tão luxuosos quanto o pouco que conheci da casa. Tenho um pequeno vislumbre da sala de estar quando o Gusttavo me puxa em direção às escadarias que levam ao segundo andar e me concentro no caminho que tenho que fazer para não correr o perigo de tropeçar nos meus próprios pés e sair rolando escada à baixo. 

_ Você pode usar o banheiro do meu quarto. _ Ele diz, atravessando o imenso corredor e o sigo enquanto olho para as várias obras de arte que enfeitam as paredes brancas _ Minha mãe é meio obcecada nessa coisa de artes. _ O Gusttavo fala e percebo que eu estava parada contemplando uma pintura de uma garotinha em meio à uma grande plantação de flores do campo. 

Dou um sorriso sem descolar os lábios quando olho para ele e volto a acompanhá-lo. 

Gusttavo abre uma das primeiras portas do corredor e dá um passo para o lado, permitindo que eu entrasse no cômodo de paredes cinzas. Havia uma cama enorme no centro do quarto com um criado mudo de cada lado com alguns porta-retratos, além de um guarda-roupa embutido que ocupava toda uma parede. Os lençóis e o tapete, assim como as cortinas penduradas nas janelas de correr e as fronhas dos travesseiros que estavam espalhados pelo chão, eram de um cinza escuro, contrastando com a cor mais clara das paredes e dos móveis. A escrivaninha estava ocupada por um computador e pelos livros da faculdade, e sobre a poltrona preta tinha algumas peças de roupas amontoadas. 

Gusttavo vai até uma porta e fico parada no meio do quarto, observando cautelosamente as coisas ao meu redor. Ele segura a porta aberta pela maçaneta e vejo o interior de um banheiro de cores neutras. 

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora