Foi tudo uma aposta

Capítulo 32 Parte III

POV GUSTTAVO

Eles estão próximos demais.

Ele a toca por tempo demais.

E sussurra coisas no ouvido dela mais vezes do que eu gostaria.

E ela sorri como se o que ele estivesse falando fosse a coisa mais interessante do universo.

Eu tinha deixado ela sozinha por alguns minutos para ajudar o imbecil do Marcelo que conseguiu se trancar dentro do próprio carro e quando volto me deparo com a cena dela dançando com o desgraçado de merda.

Diferente do que pensei enquanto apressava os passos para voltar para junto dela Emma não parecia nada desconfortável em não me ter por perto. Ela parecia que estava se divertindo e não sei por que maldição eu estava irritado por ela estar se divertindo.

Ele leva novamente a sua maldita boca em direção à orelha dela e fala alguma coisa antes de girá-la, dando-me a visão do sorriso que ela direcionara a ele.

Sei que de onde ele estar ele pode sentir o perfume doce que emana dos cabelos dela e o calor do corpo coberto pelo fino tecido, até porque eu mesmo já tinha provado a sensação de tê-la nos meus braços enquanto dançavamos aconchegados um no outro. 

E agora estou irritado comigo mesmo por ter pedido uma dança para ela e por ter afastado as suas inseguranças e a falsa ideia que ela tinha de que não sabia dançar, porque isso significaria que ela estaria nesse momento sentada quietinha com o seu drinque de abacaxi nas mãos e não sorrindo para um idiota aproveitador.

_ Gusttavo. _ Desvio o olhar da pista de dança para encontrar um sorrisinho cheio de segundas e terceiras intenções vindo de uma garota de cabelos loiros esbranquiçados que me encarava como se pudesse me deixar pelado apenas com o poder da mente.

_ E aí? _ Digo sem dar muita importância para o fato dela estar praticamente sentada nas minhas pernas de tão perto que ela estava.

_ Não lembra de mim? _ Ela pergunta, fazendo um beicinho que me faz ter vontade de rir e se aproxima ainda mais, pousando a mão no meu ombro_ Sou a Marina, a amiga da Manu da festa de réveillon. _ Foco meus olhos novamente na garota e vagas lembranças de carícias nada inocentes em uma cabine de um banheiro feminino surgem na minha cabeça.

_ Não, não lembro. _ Dou um gole na minha bebida, que é fraca e colorida demais para o meu gosto, querendo que ela sumisse da minha frente, mas se a minha indiferença causa nela algum incômodo ela disfarça muito bem, já que ela logo inclina o seu corpo de uma maneira exagerada até que sua boca estivesse quase tocando a minha orelha.

_ Posso fazer você lembrar de cada detalhe. _ Ela sussurra no meu ouvido e passa as unhas pontudas pela minha nuca antes de enfiar os dedos entre os meus cabelos.

_ Vai perder o seu tempo tentando. _ Falo, tirando suas mãos de mim e deixando-as bem longe de qualquer parte do meu corpo _ Minha mente costuma descartar lembranças insignificantes. _ Dito isso me levanto abruptamente, empurrando a cadeira para trás e saio da mesa com o meu copo nas mãos sem esperar pela reação da garota.

Quando passo ao lado da pista de dança vejo os dois ainda dançando e quando os olhos dela encontram os meus desvio o olhar imediatamente e a ignoro enquanto vou até o bar trocar o drinque enjoativo por uísque puro e saio à procura de uma tranquilidade que eu não encontraria se permanecesse naquele lugar.

Solto uma lufada de ar quando atravesso as portas de saída e enquanto caminho em direção à área da piscina desabotoo os dois primeiros botões da minha camisa e arregaço as mangas até os cotovelos. Ao parar próximo das espreguiçadeiras sento em uma, apoiando os antebraços nas minhas coxas e fico balançando o copo entre as mãos enquanto tenho meus olhos voltados para o líquido amarelado que o preenchia.