Capítulo 45

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 POV EMMA

Nesta manhã o Gusttavo não apareceu para irmos para a faculdade juntos.

Fiquei esperando por ele como em todos os dias, mas ele não deu as caras e muito menos uma explicação.

Eu não poderia imaginar que justamente hoje que eu estava sem carro o Gusttavo não viria me buscar. Minha mãe tinha ido para a reunião mensal de pais e mestres na escolinha do Arthur e, por ser mais prático para ela e também para o meu pai que não poderia largar o trabalho para buscá-la quando a reunião terminasse, ofereci o meu carro para facilitar para os dois.

Então depois de esperar o Gusttavo inutilmente por quase vinte minutos tive que correr alguns quarteirões para chegar até a parte do bairro em que é mais comum a passagem de táxis. Com sorte consegui encontrar um táxi vazio sem muita demora.

Durante o trajeto de casa até a faculdade procurei possíveis motivos que justificassem ele não ter aparecido e, após descartar a maioria deles, cheguei à conclusão de que ele não veio porque ele simplesmente não quis. E tudo isso porque o distrai para que a Manu saísse para o seu encontro antes que ele retornasse para casa.

A garota estava angustiada com a ideia do irmão implicar com o cara que ela iria encontrar, eu mesma ficaria depois de ver a fúria nos olhos do Gusttavo quando ele ficou sabendo do encontro, então quando ela me pediu para ajudá-la aceitei de imediato. Eu só não sabia que isso faria com que o Gusttavo ficasse tão chateado a ponto de me ignorar.

Por muito pouco consegui chegar a tempo de não perder as primeiras aulas. No segundo seguinte, em que ocupei o meu lugar na primeira fila a professora de Patologia adentrou a sala de aula e fechou a porta atrás de si, não permitindo que nem um aluno entrasse após ela.

Gusttavo não estava na cadeira atrás da minha, onde ele vinha sentando nas últimas semanas, e não fiz nenhum esforço para procurá-lo, apesar de sentir, uma vez ou outra, seus olhos em mim vindos de alguma parte da sala.

Foi somente após a terceira aula, no momento do intervalo, que ele resolveu notar a minha existência. No entanto, recusei todas as suas tentativas de se aproximar e não dirigi a palavra a ele, mesmo ele me seguindo de um lado para o outro, usando de assuntos aleatórios para chamar minha atenção.

Quando terminou a aula ele ainda teve o descaramento de me oferecer carona para casa, mas desviei de toda a sua persistência e deixei claro que estaria voltando a pé e que não queria ele me acompanhando. Então ele se deu por vencido e não insistiu mais, o que me deixou aliviada já que eu não estava com paciência para continuar argumentando com ele em algo que não nos levaria a lugar nenhum.

Um pouco depois de eu chegar em casa ele me desbloqueou, ligou oito vezes e enviou mais de dez mensagens pedindo desculpas. Ignorei cada uma delas. Não cheguei nem a visualizá-las pelo aplicativo de mensagens, apenas as vi pela barra de notificações.

Neste exato momento, meu celular apita com mais uma mensagem sua.

"Desculpa, minha linda! Tô com saudades!"

"Muitas saudades." Envia mais uma para reforçar a anterior.

Então como ele havia sido imaturo ao me bloquear por algo tão pequeno faço exatamente o mesmo que ele quando meu celular começa a tocar e o seu nome aparece na tela: bloqueio o seu contato.

Eu não estava irritada por ele ter me bloqueado, mas por ele ter me deixado esperando para irmos para a faculdade, sendo que ele nunca apareceu; e também, por ele ter me ignorado durante as primeiras aulas como se eu não estivesse ali presente.

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora